‘Vidas perdidas’

Tribuna inaugura série de matérias contando histórias de pessoas que foram direta ou indiretamente vítimas da violência


Por Tribuna

07/01/2018 às 07h00

A queda no número de homicídios ocorridos em Juiz de Fora no ano passado deve ser comemorada, mas não significa que a situação esteja dentro do que pode se chamar de patamar ideal para um município com cerca de 600 mil habitantes. Nos últimos quatro anos, os números de casos na cidade vinham em curva ascendente, especialmente, os homicídios, e a queda de 2017 foi um alento. Ademais, a redução passa também por outros crimes, como estupros, roubos, extorsões mediante sequestro, cárceres privados e sequestros. Mas é fundamental manter as políticas de combate ao crime, destacando palavras do próprio comandante da 4ª Região de Polícia Militar, coronel Alexandre Nocelli: “‘Os pontos de honra’ da corporação serão a repressão ao tráfico de drogas, que cresceu mais de 40%, e também aos assassinatos, com a elaboração de um plano de enfrentamento que será feito em conjunto com outros órgãos”.

De fato, como destaca o militar, o tráfico tem sido matriz da maioria dos crimes contra a vida, tanto no lado da autoria quanto no da vítima, daí a razão em priorizar o combate a esse tipo de ocorrência, que se tornou também a de maior incidência em todas as cidades do país. Como o homicídio é a principal consequência, programas como o Fica Vivo, prometido pelo Governo de Minas, devem ser implementados no curto prazo, por funcionarem como uma efetiva ferramenta de redução da violência. Famílias têm sido destroçadas pela morte de parentes, a maioria jovens, e vivem num cenário de medo.

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A Tribuna inaugura, nesta edição, a série “Vidas perdidas”, em que conta histórias de personagens que vivem nesse mundo de medo. São pessoas que saem de casa sem a certeza da volta. As matérias também mapeiam as mortes violentas na cidade e mostram como as polícias Civil e Militar e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se articulam para reverter essa perversa estatística.

O combate à violência é uma política de estado, hoje carecendo de investimentos intensivos. O Plano Nacional de Segurança, anunciado pelo Governo federal no início do ano passado, ainda enfrenta problemas de implementação. Os agentes públicos são mal remunerados, e os equipamentos de trabalho são precários, sobretudo se comparados com as armas do crime, seja ele organizado ou não. Há muitos desafios que precisam ser colocados na pauta da sociedade, por ser ela a principal vítima desse ciclo que se mostra sem fim.

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