Polícia Civil prende suspeitos de morte de casal no Previdenciários

Dois jovens foram presos pelo crime ocorrido em julho. Investigações apontam que mandante do crime teria uma dívida com jovem morto.


Por Marcos Araújo

06/09/2017 às 17h46- Atualizada 06/09/2017 às 18h43

Jovens de 19 e 25 anos presos pelo crime no Previdenciários serão indiciados por duplo homicídio e encaminhados ao Ceresp (Foto: Marcelo Ribeiro)

Dois jovens de 19 e 25 anos, suspeitos de participação nas mortes de Luisa Lima Machado, de 22 anos, e do namorado dela Caio Sérgio Gomes Marques, 24, foram presos nesta quarta-feira (6) pela Polícia Civil. O casal foi assassinado a tiros na noite de 2 de julho deste ano. Seus corpos foram encontrados pela Polícia Militar em uma caminhonete Saveiro no Bairro Previdenciários, na Zona Sul. A dupla foi capturada em razão de cumprimento de mandado de prisão expedido pela Justiça. O rapaz mais novo, que seria o mandante do crime, foi preso na região central da cidade, enquanto o mais velho, considerado o executor, foi localizado no Cascatinha, Zona Sul.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Armando Avolio, a motivação para o duplo homicídio seria uma dívida que o suspeito de ser o mandante teria com o jovem morto. “A vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas. E era uma droga especial, o haxixe à base de óleo e à base de cera, que tem alto valor no mercado, ou seja, era direcionado para um grupo seleto”, ressaltou o delegado, acrescentando que o grama da droga podia variar entre R$ 60 e R$ 150.

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Conforme o policial, no dia do crime, o suspeito combinou de pegar 200g de haxixe com Caio, mas teria informado que não conseguiria ir até o local combinado e, por essa razão, enviaria outra pessoa, o jovem de 25 anos, que é o suspeito de execução dos homicídios. Luisa, que foi morta junto com Caio, segundo o delegado, apesar de saber da relação do namorado com o tráfico, não tinha envolvimento. “Ela estava no local errado, na hora errada”, ressaltou Avolio.

Ainda conforme a investigação, o suspeito de executar o crime mora na mesma localidade onde os assassinatos foram cometidos. “Encontramos alguns objetos no veículo da vítima e conseguimos relacionar com esses suspeitos. Ambos se desfizeram de seus celulares após o crime. Um deles, inclusive, mudou seu nome nas redes sociais, aumentando ainda mais os indícios. Entretanto, a investigação ainda está em andamento e acreditamos que teremos mais informação a respeito desse caso”, explicou o delegado, ressaltando que não descarta a participação de outras pessoas e, por isso, a apuração irá continuar. Segundo ele, a previsão é de que o inquérito possa ser concluído ainda este mês. Avolio afirmou que, no depoimento, a dupla negou a participação no crime, todavia, ambos teriam apresentado versões contraditórias. Eles serão indiciados por duplo homicídio e encaminhados ao Ceresp.

Os assassinatos foram descobertos por volta das 20h, do domingo, 2 de julho, pela Polícia Militar, que fazia patrulhamento na área. As vítimas já estavam sem vida no interior de uma Saveiro, parada em um lote vago coberto por mato na Rua Roberto de Lemos, no Previdenciários. O veículo estava com os faróis e o som ligados e a porta do carona aberta. Os jovens foram encontrados caídos sobre os bancos e ensanguentados com tiros de pistola na cabeça. Na janela do motorista havia uma perfuração possivelmente causada por disparo de arma de fogo. Conforme a PM, a perícia da Polícia Civil apontou que o atirador estaria no interior do veículo quando disparou contra as vítimas. Duas cápsulas de pistola calibre ponto 45, de uso restrito, foram encontradas no banco e no assoalho do carona. Um boné vermelho achado atrás do banco foi apreendido, além de três celulares.

O repórter Marcos Araújo conversou com o delegado responsável pelo caso, Armando Avolio 

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