Levantamento aponta queda no número de homicídios em JF


Por Marcos Araújo 

06/06/2017 às 18h18- Atualizada 06/06/2017 às 19h31

Atualizada às 19h31

Os crimes violentos em Juiz de Fora apresentaram redução, conforme dados da Delegacia de Homicídios. Os números comparam o período de janeiro a maio de 2017 com igual período do ano anterior, mostrando que, nos casos de assassinatos consumados, o recuo foi de 12,5%. Já nas ocorrências de tentativas de homicídios, a diminuição foi maior, com índice de 21,8%. Em números exatos foram 49 homicídios consumados em 2017 contra 56 em 2016. Os assassinatos tentados foram 75 este ano e 96 no ano passado. A estatística da Especializada em Homicídios não leva em conta os casos de latrocínios (roubo seguido de morte), uma vez que esses crimes são de responsabilidade da Delegacia Especializada contra roubos. De acordo com o delegado de Homicídios, Rodrigo Rolli, o trabalho da equipe conta com taxa de 90% de apuração dos crimes, tendo o apoio das outras unidades da Delegacia Regional, das operações da Polícia Militar e das contribuições do Ministério Público e Poder Judiciário.

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A Tribuna que, por meio de levantamento próprio, também monitora as ocorrências de mortes violentas em Juiz de Fora, considerando os homicídios consumados, casos nos quais as vítimas morrem depois do crime no hospital, latrocínios e feminicídios, computou, nos meses considerados pela Especializada em Homicídios, 61 casos em 2017 e 63 no ano passado.

Tráfico de drogas

Os dados apresentados por Rodrigo Rolli, durante coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (06), também demonstram que a maior motivação para os crimes contra vida é o tráfico de drogas. “É a disputa por ponto de tráfico, pela mercancia de drogas e, ao mesmo tempo, ainda há a questão das dívidas nas bocas de fumo. Em segundo lugar, aparecem os casos de guerra de gangues, principalmente, na Zona Norte”, pontua o delegado.

As estatísticas da Homicídios ainda indicam que, em Juiz de Fora, em 75% dos casos dessas mortes, as vítimas têm entre 15 e 25 anos. “A juventude vem sendo cada vez mais recrutada pela criminalidade motivada pela falta de políticas públicas. Os jovens são aliciados pela criminalidade, visando ao dinheiro fácil”, assinala Rolli, acrescentando que dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Atlas da Violência 2017, na última segunda-feira (5), mostraram que a média de idade de vítimas de homicídio no Brasil, entre 2005 e 2015, é de 25 anos de idade, revelando o quanto a juventude está vulnerável. O mesmo atlas apontou que Juiz de Fora ocupa a 152ª posição na lista de municípios com população superior a cem mil habitantes, quando se somam as taxas de homicídio e de morte violenta com causa indeterminada (MVCI), em 2015. Juiz de Fora é citada no gráfico que lista 304 municípios, com mais de cem mil habitantes, apresentando 124 homicídios e 57 mortes violentas por causa indeterminada. A taxa de homicídio somada à taxa de MVCI ficou em 32,6 por cem mil habitantes, considerando a população da cidade em 555.284 habitantes.

Jovens são suspeitos de homicídios consumados e tentados no São Benedito

Dois jovens, de 18 e 19 anos, suspeitos de cometer dois homicídios em fevereiro, no São Benedito, na Zona Leste, foram apresentados pelo delegado Rodrigo Rolli, durante entrevista à imprensa, nesta terça-feira (06). Ambos são primos e moradores da Vila Alpina, na mesma região dos crimes, que foram motivados, segundo a investigação, pela disputa de tráfico drogas existentes entre os bairros São Benedito, Vila Apina e Santa Cândida.

Conforme Rolli, a dupla já havia sido presa em 30 de abril, em função de mandado de prisão preventiva, devido a uma tentativa de homicídio em dezembro de 2016, contra uma mulher, de 29 anos, no São Benedito. Na ocasião, os dois rapazes foram responsáveis por atingir com um disparo as nádegas da vítima. “Eles agiriam de forma truculenta, querendo impor a lei do mais forte e a lei do silêncio naquela região, como forma de controlar o tráfico. Eles efetuaram disparos contra a vítima e passaram a ameaçá-la. O Tribunal do Júri, por meio do Ministério Público e do Poder Judiciário, atenderam nosso pleito decretando a prisão temporária deles”, ressaltou o policial, acrescentado que a dupla acumula mais um pedido de prisão preventiva devido aos dois homicídios cometidos em fevereiro, também no São Benedito.

No dia 10 daquele mês, um adolescente, de 15 anos, foi executado com cinco tiros em uma oficina mecânica. O outro caso foi no dia seguinte, quando um homem, de 35 anos, foi morto com sete tiros em uma lanchonete. Rolli enfatizou que, além dos casos dos homicídios e da tentativa, existem outros sete inquéritos em apuração sobre o que ele classificou de “guerra do tráfico na Zona Leste”. De acordo com o delegado, os dois rapazes eram os executores de um dos grupos dessa rixa, mas que outros suspeitos também estão sendo investigados. Há possibilidade de as ordens para os crimes estarem partindo de prisioneiros.

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