Boletim aponta mais de cem mortes por febre amarela em Minas Gerais

Boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde confirma 320 casos da doença no estado. Outras 601 suspeitas continuam em investigação


Por Rafaela Carvalho

06/03/2018 às 17h32

Já passa de cem o número de mineiros mortos em decorrência da febre amarela neste ano. Conforme dados do boletim epidemiológico, disponibilizado nesta terça-feira (6) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), o número de óbitos causados pela doença já subiu para 108. No total, são 320 casos confirmados da doença no estado. Destes, 212 diagnósticos apontaram a ocorrência da febre amarela em pacientes vivos.

A atualização do boletim tira Juiz de Fora da liderança do ranking dos municípios com mais casos da doença no estado. Na última semana, a cidade tinha 22 confirmações da doença, mesma quantidade que a registrada em Mariana e Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Hoje, Juiz de Fora é a terceira do estado com mais casos da doença, com 23 registros, atrás de Nova Lima, com 27, e Mariana, com 31. O boletim traz apenas um novo caso da doença em um juiz-forano, que, segundo o documento, estava hospitalizado quando houve o diagnóstico. O número de óbitos não aumentou e permanece em cinco.

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Também não houve mudanças significativas no cenário epidemiológico da febre amarela nos municípios pertencentes à Regional de Saúde de Juiz de Fora. Dos 18 municípios com casos confirmados da doença, apenas Santos Dumont teve modificações. Até a semana passada, tinham sido registrados um caso em paciente vivo e um óbito em moradores da cidade, mas o boletim revela que o número de mortes subiu para dois. No total, a regional tem 51 casos, sendo 24 óbitos.

Poucas atualizações referentes à Zona da Mata foram registradas pela SES neste boletim. A maior mudança é com relação à Viçosa, que pertence à Regional de Ponte Nova. Segundo a SES, a cidade teve quatro casos de pacientes vivos diagnosticados com febre amarela e dois óbitos, sendo que, anteriormente, tinham sido registrados um caso e uma morte. A região de Ponte Nova tem 32 confirmações, com nove óbitos.

Na regional de Barbacena, Congonhas teve mais uma internação por febre amarela confirmada, e Piranga, mais duas, além de um novo óbito. No total, a cidade já tem sete casos da doença, sendo três mortes. Em Senhora de Oliveira, um paciente antes classificado como internado evoluiu para óbito, conforme o boletim. No total, a região tem 34 casos confirmados, sendo 13 mortes.

Casos suspeitos em Minas

Além das confirmações, o boletim revela ainda que outras 601 suspeitas da doença em pacientes vivos continuam em investigação em todo o estado, além de 23 óbitos, cuja relação com a febre amarela ainda não foi comprovada. Ainda conforme o informe, 158 casos e 16 óbitos considerados suspeitos de febre amarela foram descartados por meio de exames laboratoriais.

No total, a letalidade da doença em Minas Gerais é de aproximadamente 33,8%, sendo que 280 dos casos confirmados ocorreram em homens e 40 em mulheres. Entre os 108 mineiros mortos, seis eram do sexo feminino. A faixa etária com maior número de confirmações é a de pessoas com 40 a 49 anos de idade.

Os dados do boletim epidemiológico divulgado nesta terça são referentes ao período de monitoramento de julho de 2017 a junho de 2018, mas o início dos sintomas do primeiro paciente com confirmação da doença só ocorreu em 31 de dezembro de 2017. Já no período de monitoramento anterior, foram confirmados 475 casos de febre amarela, com 162 óbitos.

Com o alto número de casos ainda em investigação e 320 confirmações sobre a ocorrência da doença no estado, a situação aparenta ser mais grave atualmente, em comparação com o ano passado. Somente de dezembro até esta terça, os dados já são maiores que a metade das ocorrências registradas durante o último período de monitoramento.

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Cobertura vacinal aumenta em JF e no estado

O boletim epidemiológico da SES informa que a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais está em torno de 90%, com estimativa de que mais de 1,9 milhão de mineiros ainda não se vacinaram. O índice do estado está pouco abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde, mas Juiz de Fora já superou a meta. Conforme a Secretaria de Saúde, a cobertura no município é de 99,76%. No último sábado (3), com o Dia D de vacinação, 2.623 pessoas que ainda não tinham sido imunizadas foram vacinadas na cidade.

Além da disponibilização da vacinação no sábado, a pasta também ampliou o horário de vacinação nas 63 unidades básicas de saúde do município. Desde segunda (5), todos os postos de saúde permanecem abertos no horário de almoço, das 11h às 13h, exclusivamente para vacinar quem ainda não foi imunizado. O objetivo é ultrapassar os 100% de cobertura vacinal, já que os dados de cobertura vacinal incluem pessoas que se vacinaram novamente e moradores de outros municípios.

Devem se vacinar pessoas com idade entre 9 meses e 59 anos que não receberam nenhuma dose da vacina durante a vida. Gestantes, idosos, pessoas em radioterapia ou quimioterapia e portadores de HIV precisam de autorização médica para receber a vacina. Não podem se vacinar pessoas com alergia grave a ovo e transplantados, além de pessoas que fazem tratamento com corticoides em doses imunossupressoras, submetidas a tratamento com imunodepressores, com histórico de doenças do timo, hematológicas ou neoplásicas e pessoas com doenças autoimunes ou com lúpus. Nos casos de doenças agudas febris, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro.

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