Prefeitura confirma febre amarela em macaco em Juiz de Fora
Atualizada às 20h52
Um dos oito macacos encontrados mortos em Juiz de Fora nos últimos meses estava infectado com a febre amarela. Este animal estava em uma região de mata próxima à UPA do Bairro São Pedro, na Cidade Alta. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (6) tem pela Prefeitura durante entrevista coletiva, da qual participaram o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) e a secretária de Saúde, Elizabeth Jucá. O macaco infectado teria sido encontrado no dia 29 de janeiro. O laudo que comprova a causa da morte do primata chegou à Superintendência Regional de Saúde na manhã desta segunda-feira, mas a Prefeitura ainda aguarda o resultado da investigação sobre a morte de outros cinco animais, já que outros dois não foram enviados para análise porque tinham os corpos em avançado estado de decomposição. O resultado pode ser divulgado nesta terça, com a publicação do boletim epidemiológico da febre amarela. Caso haja novos casos, medidas de prevenção diferenciadas serão adotadas.
Apesar de a confirmação acontecer menos de uma semana após a Prefeitura de Ewbank da Câmara confirmar o primeiro caso de epizootia na microrregião de Juiz de Fora, o prefeito Bruno Siqueira garantiu que não há motivo para pânico. No entanto, as diretrizes de prevenção contra a doença na cidade serão modificadas, assim como as orientações para vacinação. Nesta segunda, cem mil vacinas das 200 mil solicitadas pela Prefeitura chegaram à região. Destas, 75 mil devem ser aplicadas a partir desta terça na cidade. Outra estratégia adotada pela Secretaria de Saúde é uma campanha de vacinação no próximo sábado, quando todas as Unidades de Atenção Primária à Saúde (Uaps) funcionarão das 8h às 13h para aplicação de vacinas. Além disso, um posto central de vacinação deve ser criado, e a UFJF também deve se tornar um ponto de imunização nos próximos dias.
“A partir dessa confirmação, mudamos nossa situação epidemiológica e as nossas ações. Estamos fazendo um ‘porta a porta’ na região onde o macaco foi encontrado, assim como na Zona Rural, e estamos capacitando todos os profissionais de saúde para atendimento de casos suspeitos. Na próxima quarta-feira (8), teremos uma reunião com diretores de todos os hospitais para padronizar o protocolo de atendimento tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede privada”, explicou Elizabeth. Ainda conforme a secretária, caso haja suspeita da doença em humanos, as portas de entrada para atendimento dos casos serão as 63 Uaps do município e as unidades de urgência e emergência. As pessoas que sentirem sintomas como febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias devem procurar hospitais e postos de saúde.
A Secretaria de Saúde também ressaltou que procedeu com o bloqueio na região do Bairro São Pedro e que o fumacê foi aplicado na região. Uma equipe de rastreamento do setor de Zoonoses também foi destacada para buscar outros macacos mortos na região, mas não foram encontrados. Na última sexta-feira, após a confirmação de epizootia em Ewbank da Câmara, a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora já havia anunciado que iria aumentar o trabalho de combate aos mosquitos transmissores da febre amarela com apoio do Exército. Militares estão atuando na região dos bairros Chapéu D’Uvas, Paula Lima e Barreira do Triunfo, onde, já na manhã desta segunda, efetuaram trabalho de combate como agentes de endemia.
25 mil vacinas para a região
O superintendente regional de Saúde, Oleg Abramov, informou que 25 mil vacinas serão destinadas a cidades da região. “O que muda para nós é que Juiz de Fora passa a uma nova categoria epidemiológica. No total, são três categorias: rotina, intensificação da rotina e intensificação de surto. Como foi confirmado um caso em Juiz de Fora e outro em Ewbank da Câmara, o Estado reteve 25 mil vacinas das cem mil doses já enviadas para Juiz de Fora, pois os municípios do entorno também sobem de categoria, necessitando da intensificação da vacinação.”
Oleg destacou ainda que nenhuma cidade da região tem suspeitas de febre amarela em humanos, inclusive Juiz de Fora, e que não é necessário pânico por conta da confirmação da doença em um macaco. “Uma vez que é detectada a epizootia, é feita uma intensificação da vacinação em um raio de um quilômetro. A Prefeitura está ampliando a imunização em todas as regiões, indo além da recomendação do Ministério da Saúde. Ainda assim, vamos intensificar o controle vetorial junto à Prefeitura. A epizootia não é caso de pânico, pelo contrário, ela nos permite tomar todas as ações de precaução para que não haja transmissão humana. Temos que combater o Aedes aegypti mais do que nunca, pois ele é o principal transmissor para o ser humano. Sendo assim, vamos atuar com três tipos de inseticida na região do Bairro São Pedro para que não haja o vetor e, consequentemente, a transmissão”.