Estado confirma mais cinco casos de febre amarela em Juiz de Fora

Segundo boletim epidemiológico, foram registrados três novos casos em pacientes vivos e duas mortes na cidade. Somente na região, número de ocorrências subiu de quatro para 18. Minas já contabiliza 61 óbitos


Por Rafaela Carvalho

06/02/2018 às 15h24- Atualizada 06/02/2018 às 19h51

 Juiz de Fora já contabiliza três mortes por febre amarela silvestre somente neste ano. A informação foi repassada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), em boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (6) sobre a evolução da doença no estado. Além dos óbitos, outros três diagnósticos da doença foram confirmados em pacientes hospitalizados com suspeita da doença, totalizando seis juiz-foranos infectados com febre amarela desde o início do ano. Em todo o estado, há confirmação de 164 casos da doença. Destes pacientes, 61 morreram em Minas.

A primeira morte de um juiz-forano por febre amarela já tinha sido informada em coletiva de imprensa no dia 26 de janeiro. Na ocasião, foi confirmado que um homem de 58 anos morreu em decorrência da doença. Ele foi internado no dia 17 de janeiro e morto após ser submetido a um transplante de fígado no dia seguinte. No entanto, não há informações sobre as identidades dos pacientes cujos casos foram divulgados no boletim desta terça.

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Ainda conforme os dados da SES, nos municípios pertencentes à regional de Saúde de Juiz de Fora, o número de confirmações subiu de quatro para 18. Há uma semana, tinham sido confirmadas três mortes em Juiz de Fora, Mar de Espanha e Goianá e uma internação em Simão Pereira. Nesta terça, além de divulgar os novos casos em Juiz de Fora, o Estado também revelou que Maripá, Rio Novo e Santos Dumont registraram, cada uma, um óbito.

Em Rio Preto, duas mortes ocorreram em decorrência da doença. Um paciente ainda internado também está infectado com febre amarela. Em Belmiro Braga, uma pessoa hospitalizada foi diagnosticada com febre amarela, além de mais dois pacientes em Bicas.
No total, 22 municípios da Zona da Mata, em cinco regionais de saúde, têm casos confirmados de febre amarela (ver quadro). Em uma semana, esse número dobrou, já que, no último boletim, 11 cidades tinham confirmações. No estado, 57 municípios já tiveram pacientes diagnosticados com a doença. Segundo a SES, no entanto, isso não quer dizer que a transmissão ocorreu nos mesmos locais. O Estado divulga os casos relacionados aos municípios de residência ou notificação.


Região

Além das dez mortes e dos oito casos em pacientes vivos na região de Juiz de Fora, há confirmações nas regionais de Barbacena, Ponte Nova e Ubá. A novidade ficou por conta da regional de Leopoldina, que não tinha registrado nenhum caso suspeito até a semana passada, segundo dados do Estado. Porém, um morador de Santo Antônio do Aventureiro, cidade localizada a 81 quilômetros de Juiz de Fora, foi diagnosticado com a doença.

Na região de Barbacena, quatro óbitos e sete casos em pacientes vivos foram confirmados. Na região de Ubá, havia apenas uma morte em Presidente Bernardes até a semana passada. Com a atualização, a cidade passa a ter também um caso em paciente vivo. Também houve um óbito em Ervália e um novo caso em Rio Pomba. Já na regional de Ponte Nova, onde alguns municípios pertencem à região da Zona da Mata, já são sete cidades com óbitos: Barra Longa, Ponte Nova, Porto Firme e Viçosa. Moradores de Acaiaca, Guaraciaba e Paula Cândido também foram diagnosticados com febre amarela.

Estado tem salto na confirmação de casos em uma semana

O boletim epidemiológico da febre amarela revela ainda que, além das 61 mortes confirmadas em Minas, outros 103 pacientes já foram diagnosticados com a doença, totalizando 164 casos confirmados. Outras 301 suspeitas continuam em investigação. Destes, 16 já evoluíram para óbito. Ainda segundo o boletim, o Estado já descartou 74 casos suspeitos de febre amarela, sendo 15 mortes que teriam ocorrido por outras causas. Os dados são referentes ao período de monitoramento de julho/2017 a junho/2018.

Dados do boletim apontam maior incidência da doença na região metropolitana de Belo Horizonte, onde 81 casos já foram confirmados, com 26 mortes. Mariana e Nova Lima são os municípios com maior número de casos: 21 e 17, respectivamente. A regional de Juiz de Fora é a segunda com maior número de municípios com confirmações. No Sul de Minas, região com menos registros, quatro casos em São Thomé das Letras foram confirmados, sendo uma morte. Na regional de Pouso Alegre há outros quatro diagnósticos positivos, com duas mortes em Conceição dos Ouros. Em Poço Fundo, na região de Alfenas, ocorreu o único caso em que investigação da SES aponta transmissão em outro estado. O paciente teria sido infectado em São Paulo.

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Do total de 164 casos confirmados no estado, 151 pacientes são do sexo masculino e 13 do sexo feminino. A média de idade dos casos confirmados é de 47 anos, sendo que a faixa etária mais afetada tem entre 40 e 49 anos. Ainda conforme a secretaria, não existe relato de que os pacientes diagnosticados com febre amarela tenham sido vacinados.
Atualmente, a cobertura vacinal em Minas está em torno de 83,3%. A estimativa é que 3,3 milhões de mineiros ainda não se vacinaram. O índice está abaixo de 95%, considerado ideal pelo Ministério da Saúde. Conforme o Estado, a regional de Juiz de Fora tem cobertura vacinal de 85,5%.

Cobertura vacinal de 94,7% em JF

A Secretaria de Saúde da Prefeitura também divulgou boletim epidemiológico sobre a febre amarela nesta terça (6). Segundo o documento, Juiz de Fora está próxima de alcançar a cobertura vacinal de 95%. Até 26 de janeiro, 94,76% da população já haviam sido vacinados.

Mais quatro macacos mortos foram encontrados em Juiz de Fora na última semana. Os animais foram achados no Centro, no Jardim Esperança, Zona Sudeste, e nos bairros São Pedro e Aeroporto, na Cidade Alta. No total, 67 primatas já foram recolhidos pela secretaria neste ano. Dezoito foram descartados por não haver condições de coletar material biológico e dois tiveram resultado positivo para febre amarela. As causas das mortes de outros 47 animais continuam em investigação.

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