Corpo de vítima é encontrado sob escombros em imóvel que desabou após explosões

Foi localizado sob escombros, por volta das 10h20, o corpo do homem que estava desaparecido após explosões na madrugada desta sexta-feira (6) na Rua Alencar Tristão, no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste de Juiz de Fora. A identidade ainda não foi revelada, mas trata-se de uma pessoa que teria 58 anos e era moradora de um dos dois imóveis que desabou. O Corpo de Bombeiros busca por documentos da vítima em meio aos entulhos.

A ocorrência foi registrada por volta das 3h, após uma sequência de três explosões que puderam ser ouvidas na rua, que próxima ao Cemitério Parque da Saudade, e até em outros bairros do entorno. Também foi registrado incêndio no terreno onde as casas desabaram. Outras moradias do entorno foram danificadas.

Ainda não se sabe qual a causa das explosões, mas os bombeiros já descartaram que tenha sido causado por gás de cozinha. A suspeita, neste momento, é que o dano tenha sido provocado por um artefato mais complexo ou um arranjo de materiais inflamáveis.

A Polícia Civil já investiga o caso. De acordo com o delegado Luciano Frade, a perícia já foi empenhada no local, cujos trabalhos e as diligências que estão sendo realizados irão determinar as causas do fato e possíveis responsáveis através do respectivo inquérito policial.

Prefeita Margarida Salomão acompanha trabalhos

A Defesa Civil também foi acionada, e, de acordo com a Prefeitura, equipes do Demlurb também auxiliam na retirada dos escombros. A prefeita Margarida Salomão (PT) está no local como forma de manifestar solidariedade à cidade e às pessoas que sofreram com o ocorrido.

“Está sendo investigado pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Nós estamos aqui com a Guarda Municipal, com o Demlurb, que é quem está fazendo a remoção desses escombros, e estamos com a Empav”, conta a prefeita.

“Eu vim, pessoalmente, para abraçar essas pessoas que foram afetadas nesta madrugada, de forma muito dura. Suas casas sofreram o impacto, janelas foram arrancadas. Estamos fazendo um movimento para a Defesa Civil obter um ou um material para proteger o interior das casas.” Margarida finaliza dizendo que estão avaliando como vão poder ajudar os moradores do entorno afetados, mas que o município irá dar todo o apoio.

O subsecretário da Defesa Civil, Luís Fernando Martins, contou que eles estão com cinco equipes vistoriando os imóveis do entorno, em um raio de 500 metros. “Estamos avaliando a estrutura dos imóveis, a questão de trincas, deformações e verificando se esses imóveis tiveram um abalo estrutural, ou não.”

As residências mais próximas do local da explosão não tinham moradores na hora da explosão, não sendo necessário evacuar as casas por conta do colapso parcial. Na rua de trás e em outras próximas, algumas vidraças foram quebradas, trincas e deformações superficiais surgiram, mas não houve um abalo estrutural.

A Polícia Militar também está na ocorrência. Segundo a corporação, moradores de imóveis do entorno tiveram que deixar suas casas por medidas de segurança. A Rua Alencar Tristão também está interditada, sem previsão de abertura.

De acordo com o major Jean Michel Amaral, chefe de comunicação organizacional da 4ª Região de Polícia Militar, várias ligações chegaram através do 190 dando conta da explosão, que teria sido ouvida em toda a região e bairros do entorno.

Imóveis danificados no entorno

O impacto da explosão provocou danos em imóveis no entorno da casa atingida.  Moradora do bairro, a estudante Dalila Beth contou que está preocupada com as rachaduras que surgiram na casa de sua mãe, Maria das Graças, e com os danos na cozinha após as explosões. Ela diz que o abalo foi tão grande que as paredes racharam, deixando-a preocupada, pois não sabe o que pode acontecer depois. “A gente não tem noção da engenharia da casa e está preocupado com isso tudo vir abaixo. Graças a Deus não aconteceu nada demais ainda. A única noção que a gente tem é que devemos evacuar, porque, de fato, foram danos, até a Defesa Civil dar uma posição para a gente. Tadinha, é a casa da minha mãe, é a única que ela tem para morar.”

Dalila afirma que a mãe tem lugar para morar temporariamente, por conta do apoio da família, mas que se preocupa com o longo prazo e com os custos da reforma. Ela diz que gostaria de entender o que ocorreu e o motivo da explosão, pois se preocupa com os vizinhos, que sofreram muitas perdas.

Irmão de uma moradora que vive ao lado da casa atingida, Olímpio da Costa disse que chegou ao local ainda na madrugada. “Quando cheguei aqui ainda havia muito fogo. Minha irmã relatou que tiveram três explosões seguidas. Vários vidros estouraram com o impacto. Na casa da minha irmã, foram três janelas com vidros danificados.”

Também morador do bairro, o corretor de imóveis Leandro Aragão, de 41 anos, não estava em casa na hora da explosão, mas chegou logo em seguida, quando tudo estava pegando fogo e com a casa caindo. “Eu tive duas janelas de alumínio da sala arrancadas. A minha porta se quebrou como se tivesse sido arrombada, telhas quebradas. Tive uma janela do meu escritório e outra de vidro quebrada, além de muitas rachaduras dentro de casa. O impacto foi bem forte.”

A prefeita da cidade visitou a casa de Leandro para ver a situação. O morador pediu materiais para colocar nas janelas, por conta das chuvas, além de uma avaliação, pois a sua ex-esposa e seu filho estão na casa.