Deputados visitam escolas em situação precária
Atualizada às 20h30
“Já visitei muitas escolas do estado. Nunca vi uma tão merecedora de atenção como esta. Ela toca na integridade física dos alunos”, atesta o presidente da Comissão de Educação, Ciências e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Paulo Lamac (PT), assustado com a situação da Escola Estadual Ana Salles, localizada no Bairro Benfica, Zona Norte de Juiz de Fora. Lamac e os deputados estaduais Noraldino Júnior (PSC), Lafayette de Andrada (PSDB) e Isauro Calais (PMN) visitaram, na manhã desta quinta-feira (5), além da Ana Salles, a escola Delfim Moreira, Centro, para verificar as condições de funcionamento das instituições, alvos constantes de queixas de pais, alunos e docentes.
Com uma estrutura feita de latão e compensado de madeira, a escola Ana Salles busca há seis anos a construção de uma nova sede para abrigar os 157 alunos da instituição, sendo 90 destes em turno integral. “Queremos que a obra seja realizada o mais rápido possível, não importa que a gente aguarde o término na escola ou sejamos transferidos provisoriamente”, afirma a diretora do colégio, Luciane Knopp.
O deputado Noraldino explicou que a intenção é desenvolver um projeto de construção no espaço onde hoje se encontra a quadra. Em seguida, seria feita a área de lazer no local onde estão as salas de aula. “A escola funciona em contêiner enferrujado, e o calor é insuportável. Precisamos mudar essas condições e atrair mais alunos. Não há nem projeto de construção. Vamos tentar agilizar esse processo”, prometeu o parlamentar.
Paulo Lamac adiantou que um relatório será elaborado e enviado à Secretaria de Estado de Educação (SEE). “Vamos sugerir a SEE que priorize essa escola.”
Delfim Moreira
O Palacete Santa Mafalda, conhecido como Grupos Centrais, na Avenida Rio Branco, que abrigava a Escola Delfim Moreira, também foi visitado. Com assoalhado estufado, goteiras e buracos nas salas, o prédio aguarda por reforma há dois anos. Os alunos da instituição foram transferidos para um imóvel na Rua Santo Antônio, cuja estrutura não comporta a quantidade de estudantes matriculados. Muitos reclamam da falta de quadra e corredores apertados, não havendo espaço para recreação.
A Secretaria de Estado de Educação alega que a demora é devido o prédio ser tombado pelo Patrimônio Histórico do município. “Há um projeto pronto de restauração que foi encaminhado para a Funalfa. Mas como o prédio é do Estado, a Funalfa achou conveniente que o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) também analisasse o projeto”, explica a diretora em exercício da Superintendência Regional de Ensino, Fernanda Moura.
Para o deputado Isauro Calais, a situação das instituições contribui para a evasão escolar. “Nenhuma criança vai querer estudar em uma escola assim.” Ele também critica o pagamento de cerca de R$ 37 mil no aluguel do imóvel da Santo Antônio. “Nesses dois anos, foram cerca de R$ 800 mil desperdiçados. Nós, deputados da região, temos que nos unir e cobrar uma ação imediata para dar condições de trabalho a esses heróis, que são os professores.”