Casarão tombado tem varanda destruída
As ruínas de um imóvel tombado pelo patrimônio cultural de Juiz de Fora, localizadas na esquina entre a Avenida Itamar Franco a Rua Espírito Santo, no Centro, amanheceram nesta segunda-feira (4) com novos sinais de destruição. A varanda do casarão foi colocada a baixo, restando apenas a estrutura de dois cômodos laterais. Nem as pilastras, tampouco parte da estrutura externa, que ainda resistiam às ações do tempo, foram poupadas. Segundo vizinhos, um homem teria sido avistado dentro da propriedade na tarde do último domingo (3), dando marretadas nas paredes do palacete. Nos registros feitos pela Tribuna nesta manhã é possível ver que apenas uma montanha de tijolos restou no local.
A estrutura metálica que delimita o lote, instalada pela Secretaria de Obras após a queda de parte do muro, aparentemente, não apresentou sinais de arrombamento. A suspeita é que o homem teria pulado a estrutura. A Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) informou que o departamento de Fiscalização da pasta vai realizar, ainda hoje, uma diligência fiscal no local. “Constatando o ocorrido, será encaminhado um relatório com registros fotográficos para os órgãos competentes para que sejam tomadas as providências cabíveis”, disse em nota.
Em fevereiro deste ano, o casarão foi um dos imóveis vistoriados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) dentro das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Neste dia, o local passou por uma ampla limpeza, na qual foram retirados materiais como lixo, mato e entulhos, além de objetos como colchões e móveis, deixados por pessoas que utilizam o local como abrigo. À época, a SAU disse que nenhum foco do mosquito foi encontrado no terreno.
Histórico
O processo de tombamento do imóvel foi finalizado em março de 2013, 20 anos depois da morte da última herdeira da propriedade, Olinda Fellet. Construído por João Fellet, no início do século XX, o imóvel, popularmente conhecido como “Palacete dos Fellet”, foi herdado por sua irmã, Olinda. Ele chegou a ser vendido por seu filho a uma construtora, o prédio começou a ser demolido no carnaval de 1994. Como o imóvel estava com processo de tombamento em estudo pela antiga Comissão Permanente Técnico Cultural (CPTC), o Ministério Público conseguiu embargar a obra e, desde então, a situação segue indefinida.
O imóvel não pertence mais à família Fellet, e é alvo de constantes reclamações por parte de moradores do entorno, por ser utilizado por usuários de droga. O destino do palacete, por enquanto, está nas mãos da Justiça, que determinou que o proprietário reconstruísse o imóvel ou instalasse uma praça de uso público no local. Segundo a SAU, o responsável pelo imóvel,que não foi divulgado, já recebeu notificações e multas para que providências sejam tomadas e, até o momento, nada foi resolvido.
A pasta explicou que o processo do imóvel se encontra na Procuradoria Geral do Município para possível acordo com o Ministério Público, visando sua arrecadação. De acordo com o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac), se ocasionar do processo não ter qualquer tipo de andamento, o local fica sendo de utilidade pública, podendo ser feito um espaço de cultura e lazer, preservando sua estrutura.