Juiz de Fora tem 156 novos casos de HIV em 2018
Na última semana, o DST/Aids realizou um mutirão de testagem rápida, com foco na detecção do vírus HIV
Juiz de Fora registrou, de janeiro até o dia 26 de novembro, 156 novos casos de HIV. Numericamente, as testagens que acusaram resultado positivo para o vírus já aumentaram em relação a todo o ano de 2017, quando houve 123 registros. No ano passado, o número total de testagens também foi menor. Enquanto 2018 registrou, até o fim de novembro, 6.196 testes, o Centro de Testagem e Aconselhamento, da Secretaria de Saúde, realizou, no ano anterior, 5.297 exames para detecção do vírus.
O número de casos é maior entre homens. Segundo os dados do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais (DST/Aids), dos 156 casos confirmados este ano, 126 são em pessoas do sexo masculino, ou cerca de 80%. Essa tendência também é verificada, pelo menos, nos últimos três anos. Em 2015, dos 113 casos positivos, 87 foram em homens. No ano seguinte, 91 das 160 testagens positivas foram no público masculino. E, em 2017, 91 de 123.
Entretanto, durante o Dezembro Vermelho, mês de conscientização e combate à Aids, o departamento tem realizado ações sobre o tema e que ressaltam a importância do diagnóstico precoce para o tratamento e a quebra de preconceitos. Na última semana, o DST/Aids realizou um mutirão de testagem rápida, com foco na detecção do vírus HIV.
Conforme a Secretaria de Saúde, o diagnóstico precoce aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quando o tratamento começa mais cedo, não permite que o vírus HIV destrua as células de defesa do organismo. De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento especializado, aliado às recomendações de profissionais da saúde, é benéfico, porque diminui as complicações relacionadas às infecções pelo HIV, reduz a transmissão do vírus, melhora a qualidade de vida da pessoa e diminui a mortalidade.
Embora o mutirão tenha acontecido na semana passada, o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) disponibiliza testes rápidos gratuitos. Pode ser submetido ao exame qualquer cidadão com idade acima de 12 anos, exposto a alguma situação de risco, como relação sexual sem preservativo e uso de seringas compartilhadas. O CTA fica na Avenida dos Andradas 523, no Morro da Glória.
Exposição fotográfica busca quebrar estereótipos
Organizada pelo DST/Aids, a exposição fotográfica “Isso é sobre luta” discute os estereótipos relacionados ao HIV. Segundo a organização, a mostra busca retratar, por meio de uma série de imagens, diversas pessoas, sendo que três delas convivem com o vírus HIV. O intuito é levantar questões como: cabe identificar quem são elas? Cabe rotulá-las e estigmatizá-las?
Nesta segunda-feira (3), o departamento realizou a abertura da mostra ao público. O trabalho vai ficar disponível para visitação, até a próxima sexta-feira (7), no auditório do Centro de Vigilância em Saúde, também localizado na Avenida dos Andradas 523, no Morro da Glória. Além disso, nesta segunda, também aconteceu a mesa de debates “Os discursos da Aids na constituição de preconceitos e silenciamentos”, com a presença do psicólogo Frederico Alvim Assis e dos doutores em educação Roney Polato de Castro e Neil Franco Pereira de Almeida, palestrantes que trabalham com discussões relacionadas à sexualidade, preconceito e estigma.
A psicóloga do Serviço de Assistência Especializada (SAE), Gláucia David, explica que a temática da campanha do “Dezembro Vermelho” deste ano, proposta pelo Departamento, foi escolhida a partir da percepção dos relatos dos usuários do serviço e o grande sofrimento que vivenciam, como o preconceito e a discriminação.
Tópicos: saúde