Novos candidatos a CNH já precisam gastar mais tempo e dinheiro


Por Eduardo Valente

02/12/2014 às 18h34- Atualizada 02/12/2014 às 19h10

Atualizada às 20h07

Adriana Aparecida de Souza é uma das candidatas que resolveram reforçar a prática no simulador antes de ir para as ruas
Adriana Aparecida de Souza é uma das candidatas que resolveram reforçar a prática no simulador antes de ir para as ruas

Quem iniciar esta semana o procedimento para conquistar a habilitação na categoria B vai precisar de mais tempo e dinheiro. De acordo com a resolução 493 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), homologada na segunda-feira, o número mínimo de horas/aula exigido pelo candidato passou de 20 para 25, sendo obrigatórias cinco horas/aulas no período noturno. Isso significa que conquistar a primeira habilitação deverá ficar entre R$ 185 e R$ 200 mais caro, dependendo de cada autoescola.

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Outra mudança prevista está na possibilidade de substituir a prática pelo uso do simulador veicular. A nova regra prevê cumprimento de até 30% do total da carga horária nestes equipamentos, ou, no caso da prática à noite, até quatro das cinco aulas obrigatórias. Este equipamento, alvo de polêmica no início do ano, permite ao candidato testar vários situações de trânsito e tráfego por meio de um software de computador em um dispositivo semelhante a um carro, com volante, cinto de segurança, freio de mão, câmbio e pedais de embreagem, freio e acelerador. Três monitores substituem a visão do para-brisa e dos retrovisores.

A Tribuna testou o simulador ontem e percebeu que seu uso é muito semelhante à condução de um carro. Em Juiz de Fora, um centro de formação de condutores adquiriu o equipamento em janeiro. Na época, o Contran havia publicado portaria que informava a obrigatoriedade de os candidatos utilizarem o simulador antes de aulas práticas nas ruas. A medida, que nunca entrou em vigor, repercutiu em todo o país, principalmente pela dificuldade em comprar o aparelho em razão da falta de estoque nas fábricas e pelo preço elevado, algo em torno de R$ 40 mil.

Embora sem uso obrigatório, o simulador presente na cidade, da Autoescola Manchester, foi utilizado com frequência durante este período, embora sem computar como hora/aula. O público alvo, conforme o instrutor Ramon Rubiale, são candidatos sem experiência alguma de dirigibilidade, além de condutores já formados, mas que viam a necessidade de ter mais experiência. “Agora com a possibilidade de substituir as aulas noturnas pelo simulador, as pessoas ganham em flexibilidade de horário, pois a aula pode ser feita a qualquer hora do dia.” Para o proprietário da autoescola, Gabriel Alves Filho, o uso do equipamento, com custo de hora/aula idêntico ao de um carro, também vai minimizar as dificuldades em marcar as aulas neste período. “Temos a questão trabalhista e devemos respeitar a carga horária de trabalho dos instrutores, e isso é muito complexo”, disse, informando da possibilidade de adquirir outro simulador, caso haja demanda.

Para o proprietário da Autoescola Saep, Sebastião Pires de Camargo, que pretende adquirir um simulador, o custo maior para conquistar a habilitação não deverá ser um empecilho. “Noventa e quatro por cento dos alunos não conseguem passar no exame apenas com 20 horas de aula. Eles ainda não estão prontos com esta carga antiga. A prática nos mostra que, a maioria, compra até mais dez horas. Então com 25 as chances de conseguir passar de primeira vão aumentar.”

A nova medida não atinge os candidatos que iniciaram os procedimentos até a última sexta-feira. Também não muda para interessados na categoria A (motos). Para quem está adicionando a categoria B, a exigência sobe de 15 para 20 horas/aula, sendo quatro à noite.

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