Cadela segue dono até o túmulo e vira mascote do cemitério

Pretinha foi acolhida pelos funcionários e vive entre velórios e enterros


Por Michele Meireles

02/10/2017 às 10h44- Atualizada 02/10/2017 às 19h28

Se ainda há quem duvide que os cachorros são os amigos mais leais do homem, é porque não conhece Pretinha, uma vira-latas que há cerca de três anos vive no Cemitério Municipal de Juiz de Fora. A cachorrinha foi para o local em 2014, quando seu dono morreu. Depois de acompanhar o velório e enterro do homem, que vivia sozinho, ficou dias em seu túmulo sem seque comer. Como estava ficando muito fraca, Pretinha foi levada para a área administrativa do cemitério, próximo às capelas, onde vive até hoje. Sua lealdade emocionou todos os trabalhadores do local, e a vira-latas se tornou o xodó de todos que passam por lá.

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O diretor do Cemitério Municipal, João Wagner de Siqueira, contou que a cadelinha chegou no local acompanhada de outro cão, que foi embora do Municipal depois de alguns dias. “Não sabemos ao certo quem seria o dono dela, mas provavelmente era sozinho. Ela ficou e não sai nem durante a noite. É impressionante a lealdade dela”, disse. Depois que foi “adotada” pelos trabalhadores do Municipal, a vira-latas foi castrada pelo Demlurb e recebeu doses de diversas vacinas. Os funcionários agora fazem vaquinha para comprar a ração da cadela e se alternam nos cuidados com a “menina”.

Pretinha fica durante o dia se revezando entre os velórios e enterros que acontecem no cemitério. Durante a noite, ela acompanha os funcionários nas rondas entre os túmulos. Dócil, ela abana a cauda e faz festa para todos que interagem com ela, e acabou levando um pouco de alegria em um local marcado pela tristeza das despedidas.

A cachorra se tornou a fiel escudeira do coveiro André Luiz da Silva. Ela o acompanha em todos os enterros. Basta André pegar o carrinho onde transporta os caixões que a cadelinha segue atrás. “Ela vai a todos os cortejos e também às capelas onde são feitos os velórios. Fica o dia inteiro subindo e descendo atrás de mim. Não tem uma pessoa que venha aqui que não se apaixone por ela. Ela é muito especial”, disse o coveiro.

O coveiro André Luiz brinca com a cadela Pretinha (Foto: reprodução)

 

Amigos fiéis

O diretor do Municipal contou que não é raro ver cães que vão até o cemitério acompanhar o velório e o enterro de seus donos. “Faz algum tempo que um cachorro veio até aqui e ficou do lado de fora da capela 5, onde seu dono era velado. Ele acompanhou o enterro e depois voltou para o local. A grama ficou até danificada de tanto tempo que o cão ficou deitado. Naqueles dias, em todos os velórios que chegaram à capela 5, ele ia ver se não era seu dono. Depois de um tempo, foi embora”, comentou.

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João Wagner disse que doações de ração para Pretinha podem ser deixadas no Cemitério Municipal, que fica na Rua Viscondessa de Cavalcante 36 , Bairro Poço Rico.

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