Ativistas fazem protesto contra maus-tratos a animais

Grupo se reuniu no Centro de Juiz de Fora na noite desta quarta-feira para cobrar justiça contra quem maltrata animais


Por Renan Ribeiro

02/08/2017 às 20h34

Manifestantes seguiram pela Rua Halfeld até a Getúlio Vargas, onde se posicionaram nos dois lados da via, sem interromper o tráfego de veículos. De lá, o grupo retornou ao Parque Halfeld. (Foto: Felipe Couri)

Com cartazes e apitos, um grupo de protetores dos animais e ativistas independentes se reuniu em frente ao Fórum Benjamin Colluci, no Parque Halfeld, no início da noite dessa quarta-feira (2). Eles pediram justiça para casos como o de uma mulher suspeita de abandonar e maltratar animais após a adoção de vários deles. Conforme a denúncia, cerca de nove animais foram resgatados na última semana, no Bairro Fontesville, Zona Norte, sendo que alguns deles foram encontrados com ferimentos.

Outras denúncias como a do estupro e morte de uma égua também foram levadas às ruas pelos manifestantes. Eles seguiram pela Rua Halfeld até a Getúlio Vargas, onde se posicionaram nos dois lados da via, sem interromper o tráfego de veículos. De lá, o grupo retornou ao Parque Halfeld. De acordo com a protetora e gerente do Departamento de Controle Animal (Dcan) da Prefeitura, Miriam Neder, o caso da suspeita de maltratar animais no Fontesville foi a gota d’água. “Até o canil chegou a doar três gatos para ela. Resgatamos 16 entre os animais que ela adotou e abandonou. Desde então, o assunto tomou as redes sociais. Nós fizemos as denúncias, não só desse caso, mas de outros também, e até agora ninguém foi punido.”

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Em casos como o da moradora do Fontesville, a professora de Direito dos Animais da UFJF Jussara Araújo de Almeida, que também preside a Associação Vida Protegida, defende punições mais severas. “Ela assinou termo circunstanciado de ocorrência (TCO), se comprometendo a não pegar mais animais e, na semana seguinte, a casa dela já estava cheia de gatos novamente”, exemplifica.

De acordo com Miriam, os crimes cometidos contra os animais em Juiz de Fora são muito graves, e são necessários meios para que a responsabilização dos infratores seja efetiva. “É muito importante que as pessoas tenham em vista que o abandono de animais é considerado maus-tratos e é crime. Isso tudo precisa ser denunciado. Para isso, temos vários canais, como o 181 e o Núcleo de Atendimento às Ocorrências de Maus-Tratos aos Animais da Polícia Civil. Também é preciso lembrar de fazer fotos e vídeos que possam provar a situação e ajudar o trabalho da polícia”, detalha Miriam.

“Temos que nos lembrar que os animais também sofrem, sentem sede, fome. Isso tudo que está acontecendo é culpa dos seres humanos e tem que ser combatido. Vemos maus-tratos todos os dias, mas não vemos justiça”, diz a ativista e protetora Sônia Reis.

“Infelizmente, no Brasil, com a pena de quatro anos, o infrator ou paga cesta básica ou serviço comunitário. Ninguém vai preso. Queríamos que o Congresso aprovasse pena de no mínimo cinco anos para não haver conversão de pena. Mas não foi aprovada. Então, que a lei que existe seja cumprida e com rigor”, salienta a professora Jussara Araújo.

Entre os cartazes que pediam justiça, alguns se destacavam com mensagens sobre a importância da adoção e posse responsável dos animais. Eles pediam que as pessoas adotem de forma consciente, evitem comprar animais e, que se escolherem um cão ou gato de raça, comprem de criadores credenciados. “Em 2014, tínhamos um dado de 30 milhões de animais abandonados (no país). Imagina em 2017 como esse número aumentou. Só na semana passada, quatro fêmeas com oito filhotes cada foram resgatadas em Juiz de Fora. Sabemos que esse número é bem maior. Então pedimos que as pessoas optem por salvar uma vida”, pede Jussara.

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