Estado recomenda PJF a não adquirir vacina
Após orientação do Governo estadual, a Prefeitura de Juiz de Fora decidiu aguardar estudos do Ministério da Saúde antes de adquirir a vacina contra a dengue. Conforme a secretária de Saúde, Elizabeth Jucá, uma representante do laboratório francês Sanofi Pasteur procurou a Administração oferecendo as doses. No entanto, em consulta ao Estado, a secretaria foi orientada a não adquiri-las ainda. “Não resta dúvida que a vacina é importante, mas é uma vacina nova, de alto custo, que é aplicada em três doses. Por serem três doses, não há resultados imediatos no combate à epidemia. Então, o Ministério da Saúde pede para a gente esperar o resultado dos estudos de custo e efetividade que eles estão realizando antes de adquirir o produto”, explica Jucá.
Em relatório, o Ministério da Saúde afirma que é preciso avaliar não apenas o impacto da morbimortalidade da doença, mas se o imunizante irá produzir benefícios à saúde e reduzir os custos relacionados à doença, como tratamento, hospitalização, dias de trabalho/estudo perdidos pelo paciente e sobrevida. Para avaliar a vacina, o Ministério está adotando quatro parâmetros: proteger simultaneamente contra os quatro sorotipos da dengue, conferir imunidade em dose única, ter eficácia de longa duração e não produzir efeitos adversos graves. Ainda não há nenhum produto que apresente todas essas características.
O Ministério da Saúde não recomenda aos estados e municípios a introdução da CYD-TDV de forma imediata no calendário de vacinação. “É importante ressaltar que mesmo com a introdução da vacina, não haverá diminuição do número de casos em curto prazo de tempo dada as limitações dessa vacina”, diz no relatório. Em relação à vacina CYD-TDV, produzida pelo laboratório francês e única licenciada junto a Anvisa, o Ministério aponta prós e contras (ver quadro).
Conforme Jucá, por ser recomendada apenas para pessoas de 9 a 45 anos e esta ser uma faixa etária mais resistente, a prevenção continua sendo a questão mais importante. “A vacina é válida, mas é cara. Por exemplo, o Paraná comprou 500 mil doses. Cada dose custou R$ 50, ou seja, um custo de R$ 150 por pessoa. Essa vacina vai ter efetividade de controlar a epidemia ou esses recursos poderiam ser empregados em outra ação mais efetiva? É essa a avaliação que o Ministério está fazendo.”