Dona de agência é indiciada por estelionato, e prejuízo chega a R$ 785 mil

Inquérito foi concluído pela Polícia Civil com 67 vítimas, Mulher de 51 anos continua presa


Por Sandra Zanella

01/08/2017 às 12h11

A proprietária de uma agência de turismo de Juiz de Fora suspeita de aplicar golpes contra 67 clientes foi indiciada pela Polícia Civil por estelionato na forma continuada. O inquérito foi concluído pelo delegado Márcio Savino na segunda-feira (31), dez dias depois do início das investigações na 7ª Delegacia, e encaminhado à Justiça. Segundo ele, o prejuízo estimado, conforme depoimento das vítimas, chega a R$ 785 mil. A mulher de 51 anos foi presa preventivamente no último dia 22 e conduzida à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, onde permanece nesta terça, de acordo com a assessoria da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap). Segundo o delegado, foi solicitado o bloqueio das contas bancárias da investigada e também lançado o impedimento de três veículos dela apreendidos, sendo um carro e duas motos.

O suposto estelionato consistia na venda forjada de moedas estrangeiras, principalmente euro e dólar. No decorrer das investigações, as 67 pessoas que teriam sido lesadas foram ouvidas na delegacia. A maioria delas relatou não ter recebido as cédulas solicitadas após a entrega de reais, em mãos, ou por meio de depósitos bancários, para realizar as compras. Na semana passada, a Polícia Civil havia informado que o número de vítimas chegava a 77, mas o inquérito foi concluído com dez a menos.

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O caso ganhou repercussão quando uma família denunciou ter feito um investimento de cerca de R$ 80 mil para a compra de 25 mil dólares e não ter recebido o dinheiro. Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Militar no dia 16 de junho e já contava com 24 vítimas e prejuízo total em torno de R$ 220 mil. Entre as desculpas diversas dadas pela suposta estelionatária aos clientes para o não cumprimento dos prazos estavam atraso do malote, problemas de saúde e até o falecimento de seu próprio pai.

Após as primeiras denúncias e o começo das investigações pela Polícia Civil, um mandado de prisão preventiva foi solicitado pelo delegado e expedido pela Justiça. A suspeita foi presa pela própria equipe da 7ª Delegacia quando chegava à casa de sua mãe no Bairro Marilândia, na Cidade Alta. Segundo as vítimas, desde a descoberta do golpe, a agência Top Tour, onde seriam feitas as transações cambiais, manteve as portas fechadas na Avenida Rio Branco, no Centro. Os policiais também chegaram a cumprir mandados de busca no local e em outros endereços da investigada.

A pena para o crime de estelionato varia de um a cinco anos de reclusão, mais multa, de acordo com o artigo 171 do Código Penal, que caracteriza o delito como “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”. A pena pode ser aumentada de um sexto a dois terços por se tratar de crime continuado.

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