Jovem baleada em boate no Bairro Aeroporto segue internada

Tiro foi disparado por agente penitenciário durante discussão com outro homem; bala acertou estudante que não estava envolvida na briga


Por Tribuna

01/06/2018 às 11h47- Atualizada 01/06/2018 às 16h53

Uma jovem estudante de 22 anos foi baleada por um agente penitenciário durante uma confusão dentro da Boate Pub’s, no Bairro Aeroporto, Cidade Alta. O caso, flagrado pelas câmeras de segurança do estabelecimento, foi registrado pela Polícia Militar por volta de 3h30 de quinta-feira (31). O vídeo mostra um tumulto generalizado, e a moça ferida sendo carregada no colo para ser socorrida. De acordo com informações do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), quando os militares chegaram ao local, na Rua José Barbosa de Albuquerque, encontraram o suspeito, 25, já detido por seguranças da boate.

Segundo o documento policial, um jovem de 22 anos, que seria o alvo dos disparos, disse aos militares que estava com amigos na casa noturna, quando o agente penitenciário de aproximou da namorada de um dos rapazes que estava com ele. O agente, lotado no Ceresp, teria passado a “galantear” a moça.

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Conforme a PM, diante do ocorrido, o jovem pediu para que o agente parasse. Ele não teria cessado a suposta investida, e teve início uma discussão entre o suspeito e o jovem de 22 anos. O rapaz disse aos policiais que o agente penitenciário sacou uma arma da cintura, apontou em sua direção e atirou. Ele disse ainda ter visto um “clarão” e uma fumaça, e, logo em seguida, ouviu mais um estampido, não percebendo que, naquele momento, se tratava de disparos de arma de fogo.

Um dos tiros acabou acertando a estudante na virilha. Ela foi socorrida pelo Samu e levada para um hospital particular, onde permanecia internada em observação até a tarde desta sexta-feira. Seguranças da boate que estavam próximos ao local, segundo a PM, detiveram o suspeito em seguida.
Já a noiva do agente penitenciário, 25, deu outra versão dos fatos aos policiais. Ela contou que um homem, o qual não soube identificar, teria se aproximado deles dizendo que o servidor público teria “passado a mão em sua namorada”. Neste momento, segundo a mulher, os dois teriam começado a se empurrar. Em seguida, ela ouviu um estampido e viu várias pessoas segurando e agredindo seu noivo.

Ela disse também que o noivo “estava embriagado e que o mesmo faz uso de remédios controlados e estaria afastado de algumas funções no serviço”, conforme o documento policial. Um dos agentes penitenciários que acompanhou a ocorrência, 31 anos, afirmou que o colega não poderia estar armado, já que, segundo seu relato aos militares, ele estava “passando por um reajustamento funcional após perícia compulsória”.

 

Estado e casa noturna se manifestam

O suspeito foi preso em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio e levado para a delegacia. Conforme posicionamento oficial, enviado à Tribuna por meio de nota, a Secretaria de Administração Prisional (Seap) do Estado de Minas Gerais informou que “aguarda a finalização das investigações, que ficam a cargo da Polícia Civil, para que o referido agente penitenciário sofra ou não sanções no âmbito administrativo. Cabe ressaltar que o mesmo não estava em horário de trabalho quando ocorrido o fato”.

Questionada sobre o suposto reajustamento funcional do agente, citado pela testemunha no registro policial, a assessoria de comunicação da pasta informou que não era possível checar a informação com a área técnica, devido ao ponto facultativo desta sexta-feira (1º) no Estado, data da solicitação das informações.

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O advogado da casa noturna Pub’s, Marcos Moreira Marcolino, informou que a boate agiu dentro da legalidade, já que “o agente penitenciário tinha autorização estadual e legal para estar portando a arma. Não existe nenhuma lei que impeça a entrada. O que ocorreu foi uma fatalidade, totalmente fora do controle da empresa”, disse. O advogado informou ainda que a boate prestou toda a assistência à jovem ferida.

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