Mineiro da Zona da Mata que vivenciou terremoto no México relata situação no país

Funcionário de uma empresa que tem filial em Juiz de Fora, Welligton Alvim conta à Tribuna como estão sendo os primeiros dias após o desastre


Por Julia Campos

21/09/2017 às 11h00- Atualizada 21/09/2017 às 13h03

Por Julia Campos, estagiária sob supervisão da editora Regina Campos

Nascido em Simão Pereira, cidade a 36 km de Juiz de Fora, e há três anos morando no México, Welligton Alvim, 41 anos, está entre os brasileiros que vivenciaram o terremoto de magnitude 7,1 que atingiu o país na última terça-feira (19) e deixou, até o momento, 230 mortos e centenas de feridos e desaparecidos, segundo dados da Agência Brasil.

Welligton, que viveu em Juiz de Fora durante 20 anos, mudou-se para a Cidade do México, junto com sua esposa, a estudante Josane Souza, 37, natural de Barbacena, após receber uma proposta de transferência da empresa na qual trabalha, a Onduline, que também possui filial em Juiz de Fora.

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O gerente administrativo contou que no momento do acidente estava trabalhando, e a esposa, em casa. “Após terminar o terremoto e evacuarem o prédio onde trabalho, vim correndo para casa para verificar como ela estava”, relata ele.

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Foto: Victor Hernandez

O casal precisou ficar cerca de seis horas fora da residência para que o imóvel fosse vistoriado pela Defesa Civil, e só retornou após a emissão de um laudo oficial.

Junto de outros brasileiros com os quais mantém contato, ele tenta arrecadar doações para as vítimas da tragédia. “Estamos tentando ajudar na medida do possível, e vários amigos brasileiros também, com doações, trabalho voluntário, divulgação de informação de pessoas que estão desaparecidas, outras que estão no hospital e a família não tem contato, produtos e coisas que as instituições estão necessitando, lanches para os socorristas e coletas de doações.”

Welligton disse ter tido vontade de voltar ao país natal, mas a solidariedade falou mais alto. “Sim, senti vontade de voltar. Porque é um fenômeno muito diferente e forte, mas o sentimento de querer voltar passa quando se esfria a cabeça e se envolve na causa.”

E, apesar de todos os esforços para ajudar no que é possível, o medo de um novo tremor é constante. “À noite é difícil ir dormir. É uma preocupação constante se vão novamente tocar as sirenes de alerta e acontecer outro”, relatou.

De acordo com os dados da Agência Brasil, das 230 mortes, cem ocorreram na Cidade do México, 69 no Estado de Morelos, 43 em Puebla, 13 no Estado do México, quatro em Guerrero e uma em Oaxaca.

Por nota, o Ministério das Relações Exteriores informou à Tribuna que o Consulado Geral do Brasil no México foi contatado por dois brasileiros que sofreram ferimentos leves durante o terremoto. O Consulado presta a eles o auxílio necessário.

 

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Confira o relato do mineiro no vídeo abaixo:

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