Juiz bloqueia bens e valores de empresa ligada à Backer

A decisão atende pedido de familiares de 13 vítimas de intoxicação pela cerveja Belohorizontina


Por Paulo Roberto Netto (Agência Estado)

19/02/2020 às 21h33

O juiz Sérgio Cordeiro Caldas Fernandes, da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte, decretou o bloqueio de bens e valores da Empreendimentos Khalil Ltda, empresa ligada aos donos da Cervejaria Três Lobos Ltda, que produz as bebidas da marca Backer. A decisão atende pedido de familiares de 13 vítimas de intoxicação pela cerveja Belohorizontina e estende à Empreendimentos Khalil bloqueio semelhante ao feito contra a Três Lobos.

Segundo os familiares das vítimas, uma mudança da constituição societária da Empreendimentos Khalil tirou dois sócios que também integravam o conselho da Três Lobos. O juiz Sérgio Caldas Fernandes considerou que a mudança gera questionamentos e aponta a necessidade da Khalil compor a reparação de danos pela intoxicação da Backer.

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A decisão impõe bloqueio de “tantos bens quanto bastem à garantia de eventual e futura reparação” às vítimas de intoxicação até o limite de R$ 100 milhões. Isso inclui valores, veículos e imóveis pertencentes à empresa. O juiz ordenou a entrega de todo o faturamento da Empreendimentos Khalil nos últimos dois anos e a lista de bens componentes do ativo em 30 dias, sob risco de multa diária de R$ 1 mil.

Fernandes determinou que a Três Lobos, da marca Backer, deverá assistir cada vítima ou familiar atingido pela intoxicação, custeando procedimentos médicos e aquisição de medicamentos não previstos em planos de saúde, além de arcar com despesas em hospitais, como alimentação, transporte e estadia, e translado de parentes de vítimas internadas até a unidade de saúde. Foi ordenado pagamento de suporte psicológico para familiares diretos das vítimas, como filhos, netos, pais e cônjuges.

Agricultura corrige número de rótulos contaminados

O Ministério da Agricultura corrigiu nesta quarta-feira (19) uma informação que havia divulgado na terça sobre os lotes contaminados da cervejaria. Segundo nota da pasta, são 53 lotes contaminados por monoetilenoglicol e/ou dietilenoglicol, e não 55, como havia informado anteriormente. A contaminação foi detectada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, vinculado ao ministério. Ao todo, 12 rótulos da Backer apresentaram amostras contaminadas: Belorizontina, Backer Pilsen, Backer Trigo, Brown, Backer D2, Capixaba, Capitão Senra, Corleone, Fargo 46, Layback D2, Pele Vermelha e Três Lobos Pilsen.

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