‘Gente que fez a Tribuna’: as saudades de Júlio César Coelho

Em celebração aos 40 anos da Tribuna, 40 profissionais que já passaram pelo jornal compartilham suas memórias, publicadas no portal, de 7 de julho a 31 de agosto, em contagem regressiva para o aniversário da Tribuna, no dia 1º de setembro


Por Tribuna

14/07/2021 às 07h00- Atualizada 14/07/2021 às 07h32

Jornalismo, uma opção de vida

Júlio César Coelho, trabalhou na Tribuna entre 1989 e 1997

júlio-coelho-by-arquivo-pessoal“Antes de ser uma opção profissional, esse ofício é uma opção de vida”. A afirmação de Ricardo Kotscho sobre o jornalismo marca uma geração de jornalistas. Vários profissionais da Tribuna de Minas se enquadram nessa máxima no cotidiano de suas vidas na “redação” do jornal impresso. Nas comemorações dos 40 anos da TM, peço licença aos colegas e leitores para homenagear três deles: Eloísio Furtado (Elô), Renato Henrique Dias e Paulo César Magella (PC). São lideranças e exemplos de profissionais conectados com a excelência do jornalismo feito em Juiz de Fora.

Generosos mestres do jornalismo impresso, eles contribuíram com a formação de dezenas de profissionais que passaram pelas “redações” da Tribuna de Minas (1981-) e da Tribuna da Tarde (1986-1992). No período de 1989 a 1997, fiz parte da equipe desses três editores-gerais como repórter da Editoria de Cultura (aqui, aproveito para reverenciar gratidão à editora Kátia Dias), editor de Política (TM) e chefe de Redação (TM).

Companheiros desde o Diário Mercantil (1912-1983), principalmente, na empreitada de fundação da Tribuna de Minas, em 1981, Elô, Renato e PC têm uma expressa, relevante e histórica contribuição para a reflexão diária da cidade e da sua gente. Reportar, debater, registrar, analisar, noticiar são algumas das ações da cobertura jornalística, tendo nos bastidores a experiência, o apoio e a cumplicidade desses três protagonistas na produção, edição e publicação de centenas de páginas. Em plena redemocratização do país, assumiram o compromisso de levar para rua um jornal novo nas ideias e nos objetivos, contribuindo para história e a memória de Juiz de Fora.

De repórter a editor-geral (DM, TT e TM), o experiente Renato Dias ocupa um lugar afetivo e efetivo na trajetória de muitos profissionais iniciantes como eu no jornalismo impresso. Na editoria-geral da TT, Renato trouxe para o dia a dia seu profissionalismo e sua experiência para a realização de um diário com abordagem mais popular, destacando os fatos que ocorriam na área política, econômica, cultural, geral, classificados e social. Em nome de outros colegas, deixo impresso a gratidão a Renato pelos seus ensinamentos, generosidade, humanismo, lição de vida e parceria jornalística.

Mestre e amante do jornalismo impresso, Eloísio Furtado (DM, Estadão, TM e Hoje em Dia e TM) é homenageado por sua trajetória e consolidação jornalística da TM em JF e Belo Horizonte. A convivência diária com Elô ocorre a partir de 1992, quando retorna à editoria-geral da TM. A TT é fechada e seus profissionais incorporados à TM. O legado e ousadia dele estão impressos nas páginas da TM e nos corações e mentes de muitos jornalistas. Líder, experiente e bem-informado, Elô era sintonizado com o jornalismo do seu tempo, montando uma equipe de jovens e idealistas profissionais e imprimindo renovação jornalística na cidade e Minas Gerais. Muitos são os aprendizados: pautas interessantes e inusitadas, apuração profundas, textos singulares e manchetes instigantes, principalmente nos assuntos políticos.

Com Itamar Franco na Presidente da República, Elô me promove à Editoria de Política da TM, em 1993. Durante quase dois anos, várias manchetes políticas, muitos papos dentro e fora da redação marcaram nossa convivência. Experiência, tranquilidade, delicadeza e firmeza também ocupam lugar de destaque nas conversas diárias e suas histórias da vida cotidiana e jornalística. Profissional, idealista, sonhador e mestre, Elô pertence à história do jornalismo e da cidade. A nossa parceria no jornal e a amizade foram interrompidas com o seu descansar eterno, em 1995.

Em tempos de mudanças e novas perspectivas, Paulo César assume a Editoria-Geral da TM e me dá a honra de chefiar a Redação. Ao lado de profissionais experientes e prontos para outros desafios, juntos fomos cúmplices de significativas renovações no jornalismo da TT e TM. A partir de sua experiência profissional (DM, TT e TM) e pessoal, PC trabalha para sintonizar a TM ao que se fazia de melhor na época em jornalismo no país. O resultado é a produção de um criativo redesenho gráfico do jornal e uma ousada reforma editorial, com ênfase na cidade: reportagens diferenciadas, humanísticas e comprometidas com seu tempo e sua gente.
Gratidão a Elô (in memoria), Renato e PC (ainda, hoje, editor-geral da TM) por compartilhar a paixão e o amor pelo jornalismo. Diante das lições de vida e profissional fica a Amizade.

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Tópicos: tribuna 40 anos

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