‘Gente que fez a Tribuna’: o amor de Oseir Cassola pelas palavras


Por Tribuna

10/08/2021 às 07h00- Atualizada 10/08/2021 às 07h37

Os amantes das palavras

Oseir Vieira Cassola, repórter e editora da Tribuna entre 1981 e 2009

O jornalista é um amante da palavra e, por meio delas, conta a história de um bairro, uma cidade, um país, mas, acima de tudo, o drama e as mazelas da sociedade.
Meu amor com o Jornalismo começou ainda criança. Ficava encantada como os fatos eram contados e compreendidos.
E foi assim, buscando me realizar profissionalmente, que o Jornalismo se materializou na minha vida.
Era 1981, com apenas um mês de formada, fiquei sabendo, por amigos, que chegaria um novo jornal na cidade: a “Tribuna de Minas”. E, em setembro daquele ano, passei a integrar a primeira equipe deste veículo que, passados 40 anos, continua contando as tantas histórias da nossa cidade, da região e do mundo.
Da foca do início daquela década, memórias se acumulam dos meus 28 anos vividos naquela Redação – no início nas dependências da Academia de Comércio (Colégio Academia) e, posteriormente, na Rua Espírito Santo com a Avenida Brasil.
Além dos muitos fatos marcantes que passavam diante dos meus olhos e viravam notícia – greve de estudantes e professores; manifestações contra a inflação e a violência; Movimento Diretas Já! e tantas outras – ter convivido com profissionais talentosos me proporcionou momentos importantes e que ajudaram a me moldar como profissional.
Como repórter transitei por todas as editorias, como fixa ou em reportagens especiais. Remexendo no baú de memórias é interessante, e triste, constatar que as várias coberturas tinham como mote muitos dos problemas existentes ainda hoje na nossa sociedade: mais verba para a Educação; respeito aos Direitos Humanos e à Diversidade; evasão escolar; violência….
Muitos dos temas permanecem os mesmos, entretanto, a importância do Jornalismo nesta era de redes sociais e fake news torna-se mais importante e vital para alcançarmos uma sociedade, quem sabe, uma dia mais justa.
Destacar uma ou mais coberturas que me marcaram é difícil. As lembranças são muitas. Mas os festivais de rock da década de 80 e início dos anos 90 – no boom do rock nacional – aliaram meu trabalho com meu gosto pelo rock. As entrevistas me emocionaram como profissional e como fã.
Como editora, também vivi momentos impactantes. E aqui vai um deles, já nos anos 2000: os atentados de 11 de setembro, em Nova York (EUA). A cena aterrorizante das Torres Gêmeas – símbolo do poderio econômico norte-americano – se desfazendo como um castelo de cartas chocava e estarrecia o mundo. Apesar de, naquele momento, ser editora de Geral, participei de uma força-tarefa na Redação – desde o início da manhã até o fechamento da edição -, para levar o maior número de informações às bancas na manhã seguinte.
Aqui cabe um agradecimento especial a todos os editores com os quais convivi diariamente por tantos anos. Aprendendo o caminho das pedras do Jornalismo, compartilhando e me divertindo muito também. Sem desmerecer nenhum desses grandes companheiros das palavras, um agradecimento especial ao querido Ronaldo Dutra Pereira.
Muitas outras memórias surgem e é realmente impossível listá-las, afinal, nos 28 anos vividos em uma Redação de jornalismo diário há histórias, histórias, histórias…

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Tópicos: tribuna 40 anos

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