Aprenda a fazer Mezzalunas recheadas ao molho putanesca

“Nonna” é uma das seis palavras que eu talvez saiba em italiano, que quer dizer “avó”. Quando descobri o Bistrô Nona Odette, imaginei que se tratava de uma homenagem carinhosa à vovó de alguém. Meu palpite estava certo, como conta a cozinheira e empresária Simone Giacomini. “A história do Bistrô Nona Odette começou há três anos por uma necessidade. Eu já preparava massas sob encomenda, fazia antepastos… e então meu marido, que é engenheiro agrícola e ambiental, perdeu o trabalho e para não saírmos de nosso pequeno refúgio, resolvemos abrir o pequeno Bistrô com as referências que tinha da minha infância: das lembranças de fazer toda semana massas frescas com minha avó amada, pendurar no cabo da vassoura o macarrão para secar, fazer os capelettis, os raviólis. Meu bisavô Virgílio não comia massas industrializadas, então a gente sempre fazia”.

Receita de família em seu sentido mais literal, as mezzalunas que Simone ensina a fazer vêm cheias de memórias e com uma combinação extremamente harmoniosa de sabores e texturas. “Na verdade essa receita foi criada por mim, para substituir uma outra massa que minha avó fazia. Ela tem uma dobradura mais fácil de fazer do que a dos capelettis. As combinações são o ponto alto desta receita. A explosão na boca do sabor da pimenta e do molho, feitos delicadamente e com tempo”, diz a cozinheira, que dá dicas de ingredientes que podem ser substituídos. “Dá para substituir o recheio por frango…e também faço uma recheada de gorgonzola, damasco e Polenghi. Os molhos também…Dá para usar pomodoro, branco, rosê…”, orienta ela. Não à toa o Bistrô Nona Odette emula as recordações de infância de Simone em seus pratos e na atmosfera acolhedora, carregada do afeto com que Simone se recorda da infância, com “cozinha cheia no domingo, o cheiro da massa no ar…Prezamos pela qualidade e o referencial familiar, por uma cozinha de casa, pequena, que remeta a lembranças. Comida de vó.” Melhor chancela do que a de avós cozinheiras, desconheço.

Mezzalunas recheadas ao molho putanesca

por Simone Giacomini

Ingredientes

Massa
– 320g de farinha de trigo
– 3 ovos caipiras
– 1 colher (café) de sal
– água (quanto baste)

Recheio
– 400g de carne-seca cozida e desfiada
– 200g de requeijão do tipo Polenghi

Molho
-800g de tomate pelatti cortado em cubos (reserve o caldo)
-6 dentes de alho socados
-Pimenta calabresa seca (a gosto)
-200g de azeitonas pretas cortadas em fatias
-Sal a gosto

Modo de preparo

Para fazer o molho, aqueça uma frigideira (grande), adicione o azeite, aqueça um pouco e coloque o alho. Misture bem e adicione os tomates e o caldo. Em fogo médio, deixe ferver, coloque as azeitonas e a pimenta. Prove o sal após a fervura. Reserve. Para o recheio, misture no processador a carne seca e o requeijão. Reserve.

Para fazer a massa, peneire a farinha de trigo em uma tigela grande. Adicione o sal e misture. Faça um furo no meio da tigela e acrescente os ovos. Trabalhe a massa com as mãos incorporando a farinha das bordas para o centro até obter uma massa homogênea e compacta. Se necessário, adicione água. Sove por alguns minutos. Enrole em um pano umedecido e deixe descansar por 30 minutos.

Divida a massa em 4 partes iguais – aproximadamente 115 g – e abra com o rolo em uma mesa enfarinhada – até a espessura desejada – cerca de 2 mm . Serão 4 massas abertas.
Corte em círculos de 10 cm de diâmetro – use uma forma de pastel ou um copo com a boca bem larga . Adicione o recheio no centro como se fosse um pastel. Feche as bordas e lacre com o garfo.

Em uma panela grande, coloque a água para ferver (3 litros) com uma colher de sopa de sal. Após a fervura, coloque cinco mezzalunas de cada vez para o cozimento, por aproximadamente 5 minutos, até que fique “al dente”. Retire com uma escumadeira delicadamente e adicione ao molho em fogo baixo, salteando cada uma delas para que absorvam o molho. Para servir, coloque em pratos individuais – cinco em cada – formando uma estrela – adicione mais molho, polvilhe o queijo e folhas de manjericão a gosto.