Município e estado vão manter as ações de enfrentamento

PUBLIEDITORIAL

A vacina contra a febre amarela segue disponível nos postos. Equipes de saúde reforçam a vacinação de casa em casa, em áreas prioritárias, assim como a aplicação de inseticidas realizadas pelos agentes de endemias. O objetivo é evitar a reurbanização da doença


Por Secretária de Estado da Saúde

19/04/2018 às 07h00- Atualizada 19/04/2018 às 16h11

Foto: Carlos Mendonça/PJF

Desde janeiro deste ano, quando foi encontrado o primeiro macaco morto por febre amarela, em Juiz de Fora, no Museu Mariano Procópio, a Prefeitura e o Governo do Estado realizaram ações em conjunto para aumentar a cobertura vacinal e reduzir a população do mosquito transmissor da doença – o Aedes aegypti. “Toda a equipe da Vigilância Epidemiológica, assim como profissionais da atenção primária e secundária – saúde do idoso, da criança e do adolescente, por exemplo – foram envolvidos nas ações de enfrentamento”, explica a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Michele Freitas. Segundo ela, os surtos ocorridos nos últimos dois ciclos mostram que a febre amarela veio para ficar e por isso, as ações conjuntas serão mantidas mesmo no inverno quando há redução do número de casos.

Além da vacina que seguirá disponível nos postos de saúde para a imunização de crianças, a partir dos 9 meses, e de adultos, os agentes comunitários de saúde vão manter a rotina de visitas casa a casa, a fim de vacinar o máximo de pessoas. “Já alcançamos 101% de imunização, mas sabemos que as doses administradas não correspondem ao número real de vacinados. Isso ocorre porque algumas receberam duas doses e temos o registro de pessoas de cidades vizinhas e até de outros estados que se vacinaram aqui, quando estavam em deslocamento”, explica Michele Freitas.

PUBLICIDADE

As visitas dos agentes comunitários de saúde e também da equipe de Atenção Primária à Saúde ocorrem prioritariamente, nas regiões nas quais foram registrados casos humanos e epizootias – morte de primatas pela doença. “Embora seja natural a redução dos registros, neste período, é fundamental que as pessoas sejam vacinadas. O aprendizado que fica para nós, profissionais da saúde, é que o número de casos aumentou em função da baixa cobertura vacinal. Vimos a gravidade da doença, mas ela é imunoprevenível. A vacina é eficaz, segura e uma única dose é suficiente para toda a vida”, acrescenta a gerente.

Homens são o alvo

Seguindo a tendência observada em todo o estado, também em Juiz de Fora, os homens foram os mais acometidos pela doença – 86,7% do total, estando a maior parte dos registros na faixa etária dos 40 aos 50 anos. Na cidade, que lidera o ranking do estado, conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, nessa terça-feira, 17, foram registrados 39 casos de febre amarela, sendo que nove evoluíram para o óbito. “Temos um plano de mídia e vamos manter o alerta e a chamada para a vacinação, sobretudo deste público que não busca os postos, seja por medo de agulha ou por questões culturais. A febre amarela mata, mas é possível prevenir”, observa Michele Freitas.

Uso de inseticidas para evitar a reurbanização

Embora seja área urbana, Juiz de Fora é circundada por matas. Essa proximidade torna necessária a ação do Poder Público também com aplicação de inseticidas, para evitar a contaminação do vetor Aedes aegypti com o vírus da febre amarela. O mosquito que já transmite a dengue, o zika vírus e a chikungunya precisa continuar sendo combatido. Desde 1942, não há registro de febre amarela urbana no Brasil. “Essa é outra linha de ação da Prefeitura, em conjunto com o Estado: a aplicação de inseticidas, nas regiões onde ocorreram casos de epizootias e humanos com o objetivo de evitar a reurbanização da doença ”, conclui a gerente.

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.