Liberdade de viver
Lofts reúnem, em ambiente integrado, praticidade e modernidade para os descolados
Residências que surgiram a partir de adaptações em galpões industriais, muitas vezes ocupados por pessoas ligadas à arte e à cultura, os lofts se firmam cada vez mais como tendência e são a preferência de gente jovem e descolada. Mas diferente dos galpões nova-iorquinos, que abrigaram os primeiros lofts e apresentavam características como pé-direito duplo, planta livre, ambientes integrados, aberturas amplas e tubulações hidráulicas e estruturas aparentes, com muito tijolo e concreto, a versão brasileira aparece em prédios mistos ou construídos exclusivamente com esta finalidade.
“Os lofts, agora, são apartamentos com pé-direito duplo e mezanino, onde fica o quarto. Possuem planta livre, cozinha e sala integradas e grandes janelas para entrada de luz natural. Em alguns casos, as tubulações hidráulicas, elétricas e de ar-condicionado ficam aparentes e são entregues com acabamentos mais rústicos”, detalha a arquiteta Luciana Teperino.
São os chamados “loft-inspired”, construídos para atender à demanda do mercado imobiliário, muitas vezes, originada pelas novas formações familiares, como casais sem filhos ou pessoas solteiras que curtem independência e liberdade. “Isto acaba criando um paradoxo, já que o loft ‘original’ – a conversão do galpão em residência – tinha como objetivo criar moradias mais baratas. Já a adaptação segue uma tendência, sendo vendida a preços mais altos do que os um apartamento convencional”, pontua.
Luciana destaca, ainda, que a metragem do loft não segue um padrão, inclusive as adaptações tentem a ser bem menores. “Mais uma vez configura em boas oportunidades para o mercado imobiliário, pois podem ser construídas mais unidades com metragens menores, mas que visualmente não dão a impressão de espaço pequeno. Como a planta é livre, a ausência de paredes retira barreiras visuais.”
Organização, por favor!
Ao optar por morar em um loft, a primeira coisa a se fazer é rever os conceitos de organização. Depois, conforme a arquiteta Luciana Teperino, é trabalhar a setorização dos ambientes. “Assim é possível ocultar ou esconder algumas áreas, como a cozinha, a mais comum para acumular objetos. Se a pessoa trabalhar em casa, isto se torna mais um desafio, já que o escritório pode se tornar uma área de bagunça. Por isso também é importante planejar um espaço que possa ser escondido e revelado”, comenta.
Luciana sugere utilizar os próprios móveis para delimitar os espaços, optando, principalmente, por aqueles sob medida, fundamentais para o aproveitamento. Deve-se buscar, ainda, móveis multifunções, que reduzem a quantidade de mobiliário e deixam o espaço mais aberto. “As cores devem ser usadas com cautela. Como tudo está integrado, é bom evitar muitas variações. O piso também deve ser uniforme em toda a área, para não haver quebra visual.”