Lofts


Por ALETHÉIA WESTERMANN, ARQUITETA

01/10/2016 às 07h00

Da planta livre de Le Corbusier, na França dos anos 20, aos galpões e armazéns abandonados do SOHO, na Nova York dos anos 70, esse conceito de morada/trabalho, o Loft, ganhou destaque. Em busca de aluguéis mais em conta, artistas e profissionais liberais foram os primeiros a embarcar nessa ideia. Com isso, o estilo industrial chegou à decoração.

Por sua informalidade, inicialmente abraçada por um público alternativo, o propósito de loft ficou relacionado por algumas características espaciais e decorativas bem marcantes e, hoje, é uma forma cosmopolita de morar. Espaços amplos, pé direito alto, muitas vezes com mezanino, grandes aberturas e vãos de iluminação, tubulações e estruturas aparentes, além de revestimentos mais rústicos como tijolo, madeira, metais e muito concreto servem de referência para a criação desse conceito que dispensa paredes em benefício de ambientes integrados.

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Móveis ganham funções duplas: mesa de jantar também serve para trabalhar, a cama vira sofá, peças vintage e variadas se unem às atuais para dar charme nesse mix. Soma-se também nesse universo outra estratégia, a de criar ambientes multiuso, e sem muitas divisões, para manter a sensação de amplitude e liberdade e que funcionam, ao mesmo tempo, como living, home theather e cozinha integrada. Uma boa disposição dos móveis e a utilização de painéis, biombos e estantes são excelentes saídas para setorizar os espaços sem perder a dimensão visual.

Esse tipo de decoração entra em qualquer metragem, mas, em apartamentos cada vez menores, são soluções funcionais e elegantes. Porém, a proposta de lofts urbanos já se expandiu para o mercado do luxo, abrindo espaço para a criação de condomínios e construções especializadas nesse setor e em muitos são de fato a nata do requinte e do bom gosto.

Enfim, as possibilidades para essa conceito de morar são enormes, mas o importante é, sobretudo, respeitar sempre sua personalidade.

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