Chevrolet importa versão mais luxuosa do SUV Equinox
O mercado caminha na direção dos utilitários esportivos. E o lucro das montadoras também. Por exemplo: consumidor aceitar pagar por um SUV o mesmo valor de um sedã de uma categoria superior, mesmo que o sedã ofereça mais luxo e tecnologia. Nesta lógica, um sedã médio-grande pode custar até menos que um SUV médio. E isso não tem a ver com o custo de construção, mas da disposição do comprador – em “marketês”, é o “valor atribuído”. A Chevrolet resolveu capitalizar ao máximo esse poder de atração dos utilitários esportivos quando decidiu trazer o Equinox, que sucede no line up da marca o Captiva. O modelo, produzido em San Luis Potosí, no México, chega apenas na versão mais completa, Premier, recheado de tecnologia e com preço de R$ 149.900. Ou seja, nivelado por cima em relação às versões de topo de outros SUVs médios, como Jeep Compass, o novo Hyundai Tucson e Volkswagen Tiguan.
Por outro lado, em relação a conteúdo, o Equinox também está em um nível superior. Para começar, o motor é um 2.0 Turbo de 262 cv, gerenciado por um câmbio automático de nove marchas e sistema AWD comutável – o rival mais potente, o Tucson, tem 177 cv com tração apenas na dianteira. O SUV da Chevrolet traz itens sofisticados como ar-condicionado de duas zonas, chave presencial, farol alto automático, tampa traseira elétrica, sistema de estacionamento semiautomático e faróis full led. Em relação à segurança, são seis airbags, controle de estabilidade e tração, auxílio de partida em rampa, controle de velocidade em descida, alertas de colisão sonoro, por vibração no banco e visual, sistema de frenagem automática de emergência e monitor de pressão dos pneus.
A lista de equipamentos ainda inclui sensor crepuscular, carregador de smartphone por indução, sistema multimídia com Bluetooth, sistema OnStar e navegação por GPS, controle de cruzeiro, retrovisor interno eletrocrômico, teto solar panorâmico, para-brisa com isolamento acústico, sensores de luz, de chuva e de estacionamento câmara de ré, sistema de partida remota do motor, sistema de redução de ruído externo, start/stop, banco do motorista com regulagem elétrica. Isso para citar apenas os mais relevantes.
Linhas sóbrias
A lista de equipamentos e a motorização são atrativos bem sólidos no novo SUV da Chevrolet. Mas esta mesma estratégia foi usada sem muito sucesso na Captiva. O fato é que o modelo antecessor era um bocado desajeitado, mal do qual o novo utilitário médio não padece. O Equinox tem linha sóbrias, equilibradas, com volumes bem dimensionados. Falta até um pouco de ousadia. A frente traz a atual “family face” da marca, o que dá a aparência de um Onix vitaminado. Esta prática de aplicar o mesmo estilo em vários modelos pode até facilitar o trabalho dos designers, mas cria uma enorme monotonia na linha. De qualquer forma, o desenho do Equinox pode até não ser atraente, mas também não espanta a freguesia.
Já a parte interna é um bom argumento de vendas do SUV. Os bancos são verdadeiras poltronas, inclusive o traseiro. O próprio formado dele indica que só deve ser ocupado por apenas dois passageiros. O acabamento é bom, com alguns toques de requinte, como na costura dos revestimentos de couro, nas superfícies macias e nos detalhes cromados. Agora que a Chevrolet está com a liderança de vendas consolidada, ideia é valorizar a marca. Nesse sentido, o Equinox e o Camaro são as duas melhores armas da montadora.
Primeiras impressões
O que mais impressiona no Equinox é o porte. O SUV é alto, imponente e os frisos e vincos que fatiam toda a lateral dão uma aparência de ser maior do que é. Afinal, o SUV usa a plataforma modular D2XX, que estreou exatamente no Cruze de segunda geração, que é vendido no Brasil – apenas o entre-eixos tem 3 cm a mais e chega a 2,73 m. No interior, a sensação de grandeza continua, ampliada pelo teto solar panorâmico. O espaço para cabeças e pernas é generoso com quatro passageiros, com assentos de ótima ergonomia. O piso plano atrás adiciona ainda mais conforto.
Ao volante, tudo no Equinox é simples. Não é preciso estudar o manual ou tentar descobrir como as coisas funcionam. Comandos e controles são simples e objetivos e o interior é harmonioso e agradável, até pelo bom acabamento. Um item que incrementa muito a vida a bordo é o isolamento acústico. O Equinox tem um sistema em que os alto-falantes emitem ondas sonoras reflexas para eliminar os ruídos externos. Dentro não se ouve motor, vento ou o pneu no asfalto. O silêncio é acompanhado por uma grande suavidade ao rodar, graças ao câmbio de nove marchas. Ele usa um sistema sequencial com as engrenagens em um eixo único e tem relações tão próximas que mal se percebe a troca de marcha. A suavidade é parecida com a de um CVT, mas o comportamento, ao contrário é vigoroso.
262 cavalos
Segundo a Chevrolet, o zero a 100 km/h é feito em 7,3 segundos. E é mesmo notável a facilidade com que os 262 cv e 37 kgfm de torque empurram os quase 1.700 kg do utilitário. Obviamente, ninguém põe uma cavalaria dessas para trabalhar sem ônus. A marca aponta uma média de consumo urbano, apenas com gasolina, de 8,4 km/l, enquanto na estrada chega a 10,1 km/l. É alto, mas não surpreendente.
Ficha técnica
Chevrolet Equinox Premier
Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1999 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor. Injeção direta e acelerador eletrônico
Transmissão: Câmbio automático de nove marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira com tração integral AWD acoplável por comando no painel. Controle eletrônico de tração
Potência máxima: 262 a 5.500 rpm
Torque máximo: 37 kgfm a 4.500 rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,3 segundos
Velocidade máxima: 210 km/h, limitada eletronicamente
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora ligada a hastes tensoras e molas helicoidais com carga lateral. Traseira independente tipo multilink com quatro braços. Controle eletrônico de estabilidade
Pneus: 235/50 R19
Freios: Discos na frente e atrás. ABS com EBD e sistema automático de frenagem de emergência
Carroceria: Utilitário esportivo médio em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,65 metros de comprimento, 2,11 m de largura, 1,70 m de altura e 2,73 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, de cabeça e laterais para os passageiros da frente
Peso: 1.693 kg, em ordem de marcha
Capacidade do porta-malas: 468 litros e 930 litros com os bancos traseiros rebatidos
Tanque de combustível: 59 litros
Produção: San Luis Potosí, México
Lançamento mundial: 2017. Lançamento no Brasil: 2017
Preço: R$ 149.900
Opcional: Pintura metálica (R$ 1 mil) ou perolizada (R$ 1.700)