Encontro Nacional de Motociclistas chega à 6ª edição em JF

São aguardados cerca de 4 mil aficionados na cidade neste final de semana


Por Iuri Fontana, estagiário sob supervisão da editora Juliana Netto

29/08/2019 às 08h45- Atualizada 29/08/2019 às 20h13

José Maria de Sá, organizador e presidente da AMO JF estima passagem de mais de 4 mil motociclistas pelo evento Foto: Marcelo Ribeiro/Arquivo TM

Não estranhe se, por esses dias, você ouvir pelas ruas da cidade roncos de motores diferentes daqueles de costume, principalmente se a origem desse barulho movimentar duas rodas. É provável que sejam as cerca de quatro mil motocicletas aguardadas no 6º Encontro Nacional de Motociclistas, que acontece no Parque de Exposições, entre sexta-feira (30) e domingo (1º). A entrada gratuita.

“Nossa expectativa é casa cheia e superar o público do ano passado. Temos muitos motoclubes confirmados, como os de Belo Horizonte e Resplendor (MG), além de uma turma vindo de Guarapari (ES), São Paulo e Paraná”, conta um dos organizadores do evento e presidente da Associação dos Moto Clubes de Juiz de Fora (AMO JF), José Maria de Sá. O evento também receberá um grande comboio, com origem do Rio de Janeiro. “Temos uma caravana de 20 presidentes de motoclubes vindos do Rio de Janeiro. Cada um deles trará em torno de 40 a 50 motociclistas”, complementa.

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Além da exposição das máquinas, protagonistas do encontro, a organização preparou também uma variada programação musical. Na sexta-feira, haverá show com a banda gospel Asas da Benção, às 20h. No sábado, a Crânios sobe ao palco às 13h. Após a cerimônia de entrega dos troféus de participação e o escudamento de novos membros dos motoclubes, a Titania faz o seu show, às 15h. Já à noite, a Paranoia, banda cover de Raul Seixas, traz os clássicos do artista, às 19h. O segundo dia de evento será encerrado com apresentação da banda West Gang, às 22h.

Shows também devem agitar os dois dias de encontro no Parque de Exposições Foto: Arquivo Pessoal

Trabalho contínuo

O encontro, que hoje atrai milhares de motociclistas, começou de forma modesta. “Nosso primeiro evento veio muito pouca gente”, relembra José Maria. Entretanto, a paixão pelas duas rodas motivou os organizadores a continuarem firmes na busca pelo sonho de construir um encontro atrativo. “A cada ano o pessoal vai acreditando, vendo o nosso trabalho e nós vamos aprendendo e crescendo. Costumo falar que é igual carnaval: saímos de um encontro pensando no próximo”. Para este ano, por exemplo, os organizadores pintaram cerca de 120 vagas no chão do Parque de Exposições, para promover uma melhor organização das motocicletas dos estradeiros.

Para quem vem de longe, uma das opções de hospedagem será o camping que funcionará na quadra da Escola Estadual Clorindo Burnier, no Bairro Barbosa Lage. “Nós ajudamos esse colégio em algumas ações sociais durante o ano e eles nos ajudam cedendo este espaço”, explica José Maria.O organizador ainda acrescenta que os viajantes que vierem serão muito bem recebidos. “Nós nos consideramos uma irmandade de motociclistas. Pessoas que estão vindo de fora do estado para cá pela primeira vez chegam aqui parecendo que já são conhecidos há anos.”

“A cara é feia, mas o coração é bom”

Ações como as voltadas para o colégio Clorindo Burnier são comuns entre os membros dos motoclubes de Juiz de Fora. “Fizemos recentemente uma campanha de arrecadação de leite para o abrigo Santa Helena. Nossas campanhas são feitas durante o ano todo. Abraçamos a causa sempre quando o pessoal nos procura e está passando por dificuldades. Todo mundo sempre doa com muita boa vontade”, pontua José Maria.

O próprio Encontro de Motociclistas é o palco de uma dessas ações. Segundo o organizador, todos os anos, a organização pede aos que comparem uma contribuição de 2kg de alimentos não perecíveis.Na última edição foram arrecadados mais de uma tonelada de mantimentos. “Escolhemos alguns lugares que precisam e estão sem muita ajuda do Governo e da Prefeitura. Destinamos para instituições que cuidam da população de rua e uma comunidade carente na área rural próximo a Monte Verde.”

A imagem de durão, que muitas pessoas guardam do motociclista, segundo ele, é uma mera fachada que cobre um interior solidário. “Eu sempre digo para o pessoal: a cara é feia, mas o coração é bom. Chegue para um motociclista e converse, tenho certeza que ele terá muitas coisas boas para contar. São pessoas que tem um coração e um carinho pelos que precisam fora de série.”

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