Discreta diferença
A General Motors do Brasil está feliz da vida com o Chevrolet Cruze. Na soma, sedã e hatch batem as cinco mil unidades mensais e ficam como a segunda linha de médios do mercado – perde apenas para o voraz Toyota Corolla, que tem apenas versão sedã. Em separado, o três-volumes do Cruze fica atrás ainda do Honda Civic e o hatch é ultrapassado pelo Ford Focus. Seja como for, o desempenho do carro é bastante satisfatório para a marca. Tanto que só está fazendo as alterações na linha 2015 para atualizá-lo com os outros mercados em que ele é oferecido – o modelo está presente em outros 117 países. Os executivos da GM nem consideram que o face-lift, concentrado no para-choques dianteiro, vá criar um fato novo, a ponto de fazer o carro ganhar ou perder vendas. Tudo deve ficar exatamente como estava.
Pode-se definir as alterações promovidas na linha 2015 como um processo de refinamento. Visualmente, a frente ficou mais horizontalizada e na versão LTZ foram aplicados cromados na moldura da grade dupla. O cluster do farol de neblina aumentou e logo acima dele foi introduzida uma linha de leds diurnos. Na parte central, a saia dianteira ganhou um recorte mais destacado. Capô e a característica linha lateral do farol que acompanha a curvatura do para-lama se mantiveram inalterados.
Há ainda outro foco nessa “evolução” do Cruze. A primeira é no trem de força. O motor recebeu um novo mapeamento que faz com que a entrada de torque seja mais forte. Para não deixar o carro bruto, o acelerador eletrônico teve as reações suavizadas. O câmbio é considerado pela marca como a segunda geração da transmissão, daí o nome GF6-2. Ele recebeu um ajuste nos aturadores que fez o tempo de troca de marchas cair de 0,8 segundo para 0,3 s. No caso das reduções, o ganho é ainda maior, pois, além do aumento na velocidade das trocas, quando necessário o câmbio reduz de uma só vez duas ou até três marchas.
O propulsor é o mesmo 1.8 16V com comando variável de válvulas e coletor de admissão com dois circuitos – um mais longo para melhorar o torque e um mais curto para ressaltar a potência. Ele rende 144cv ao queimar etanol e tem torque de 18,9kgfm a 3.800 giros. Com a nova calibração do motor, a GM afirma que o modelo ficou mais ágil e econômico. A marca avalia o zero a 100km/h em 9,8 segundos, com máxima de 204km/h. Já os índices de consumo não são divulgados. E o mistério fica ainda maior porque a GM não participa do Programa de Etiquetagem do InMetro.
O último ponto de refinamento do Cruze foi o interior. Principalmente no revestimento interno, que agora pode combinar couro nas cores preta e marrom com acabamento pespontado, apenas na versão de topo, LTZ. Outros detalhes também ajudam a distinguir o Cruze 2015. Caso do novo desenho das rodas, do acionamento do motor por controle remoto, para ativar a climatização ou ganhar tempo para entrar no carro e já arrancar.
No mais, o Cruze conservou os recursos que já o deixavam em uma boa situação em relação à tecnologia dos rivais, principalmente os japoneses. Tem airbags laterais, controle de estabilidade, ar-condicionado automático, chave presencial para destravamento e partida do motor, etc. Como não pretende provocar nenhuma mudança significativa nem em participação nem em volume, a GM também não mexeu nos preços. Ficam entre os R$ 70.400 da versão LT hatch mecânico e os R$ 87.300 do sedã LTZ completo. São os mesmo que praticava, desconsiderando as promoções para limpar as lojas das unidades da linha 2014.