UFJF recebe Encontro do Automóvel Antigo neste fim de semana
Evento comemora os 30 anos da primeira edição e terá troféu em homenagem a Juracy Neves
Uma tradição puxa a outra. Criado em 1989, o Clube do Automóvel Antigo reuniu cerca de dez apaixonados pelo antigomobilismo, e daí aconteceu, no mesmo ano, a primeira edição do Encontro do Automóvel Antigo. Os anos passaram, a periodicidade também (de anual passou para bienal), o evento cresceu e chega à sua 22ª edição, que acontece de sexta-feira (23) a domingo (25) na Praça Cívica da UFJF. Para quem gosta dos clássicos, vai ter de tudo um pouco, com veículos fabricados a partir da década de 1920 até 1989, sejam eles carros, motos, caminhões e pick-ups vindos de todo o Sudeste, além de um espaço para os futuros clássicos, como as últimas versões da Kombi. O evento terá ainda praça de alimentação (com renda revertida para a Associação Beneficente dos Amigos), espaço para venda de peças e premiações diversas, incluindo um troféu que homenageia e leva o nome do Dr. Juracy Neves, fundador do Grupo Solar de Comunicação.
Na sexta-feira (23), logo no início da tarde, os primeiros veículos chegam ao espaço, mas é no sábado que acontecem as principais atividades, que vão além da oportunidade de conferir modelos antigos e clássicos – muitos verdadeiras raridades sobre quatro rodas e sonho de consumo daqueles que adoram veículos a motor. A exposição em si vai das 8h às 18h, mas à noite, às 20h30, acontece o jantar de confraternização no Trade Hotel, com o anúncio dos vencedores em diversas categorias: os 19 carros mais representativos por década, entre nacionais e importados; melhor carro nacional; melhor carro internacional; melhor Mercedes; melhor carro do evento; o troféu Grande Amigo, homenagem a um incentivador de destaque do antigomobilismo. Além do troféu Juracy Neves, para o carro antigo que vier rodando (não pode ser transportado) da distância mais longa.
“Decidimos dar esse prêmio porque queremos homenagear o Dr. Juracy Neves, uma figura humana que sempre agiu em prol da comunidade. É uma reverência a quem tanto fez por Juiz de Fora”, explica Henrique Thielmann, vice-presidente do Instituto Cultural Clube do Automóvel Antigo de Juiz de Fora, organizador do Encontro – e que até 2018 era conhecido como Veteran Car Clube, nome que por sua vez substituía o inicial Clube do Automóvel Antigo.
Atrações sobre rodas
Quando começou, o Clube do Automóvel Antigo teve como primeiro espaço a Avenida Brasil. Com o passar dos anos, também ocupou o Parque da Lajinha, Expominas, Independência Shopping e UFJF, para onde retornou em 2015 na área da Praça Cívica, que, segundo Henrique, é ótima para apresentar os veículos antigos.
“É um espaço plano e calçado, então se chover não temos problemas para o público continuar circulando. Além disso, a UFJF tem uma área bonita, com opções para o público se alimentar, atrações como o Planetário, e fica próximo do Trade Hotel, nosso parceiro no evento.”
Como passou a ser bienal há cerca de uma década, o Encontro do Automóvel Antigo não tem uma data “redonda” em 2019, mas nem por isso os 30 anos deixarão de ser comemorados com atrações especiais. Uma delas serão os três Mercedes Benz Classe A que estarão expostos na área especial reservada aos clássicos da montadora alemã. Um deles é o primeiro veículo do modelo que saiu da unidade da empresa em Juiz de Fora, em 26 de fevereiro de 1999, atualmente no acervo da Mercedes em sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP); o segundo é um modelo fabricado em 2004 e que pertenceu ao irmão do ex-presidente Itamar Franco, Augusto. Já o terceiro foi fabricado recentemente na própria Alemanha, com várias inovações tecnológicas e emprestado por um empresário juiz-forano. No caso do modelo de 1999, a organização teve o apoio da concessionária Bamaq.
Dentre os cerca de 150 veículos que o organizador espera que marquem presença no final de semana, Henrique espera ter a oportunidade de apresentar ainda mais surpresas ao público – a exemplo de 2017, quando foi exibido o primeiro protótipo do SM 4.1, mais conhecido como Santa Matilde, que foi encontrado por Geraldo Chapinotti virando sucata nas instalações da Companhia Industrial Santa Matilde, em Três Rios (RJ).
“Raríssimas pessoas sabem, mas já existiu um Opala conversível. Um revendedor da Chevrolet em Santa Catarina, nos anos 70, encurtou um Opala 250 S cortando a traseira e tornando-o conversível. Ele foi batizado de Opala Lince 4100, e só foram feitos 12 ou 13 modelos. Estamos negociando com uma pessoa aqui de Juiz de Fora para exibir a carcaça que ela adquiriu para ser restaurada”, adianta. Se conseguir, será mais uma curiosidade histórica para o público conferir entre a variedade de clássicos que faz parte do inconsciente afetivo dos apreciadores de carros antigos e clássicos.