Clima de competição


Por Tribuna

21/07/2016 às 07h00- Atualizada 21/07/2016 às 08h00

São Paulo (AE) – A Nissan lançará o Kicks no Brasil em clima de competição. Carro escolhido para acompanhar o revezamento da tocha olímpica – já que a montadora é a principal patrocinadora dos jogos do Rio de Janeiro -, o utilitário-esportivo chega às lojas em 5 de agosto, dia da abertura do evento, e tem a meta de conquistar ao menos uma medalha no segmento. A seu favor, há o fato de ser um projeto bem desenvolvido, a ótima lista de equipamentos e o preço de R$ 89.990, menor que o dos rivais, para a versão SL. Já a série Rio 2016 é tabelada em R$ 93.500. As opções mais em conta só serão lançadas quando o veículo for nacionalizado, o que ocorrerá até o ano que vem – por ora, ele vem do México.

Também conta a favor do Kicks o ótimo comportamento dinâmico, capaz de melhorar seu índice na busca por um lugar no pódio de vendas. Já o desempenho do motor 1.6 flexível pode não gerar o fôlego necessário no sprint final.

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Em um primeiro contato, o Kicks chama a atenção. Seu desenho é moderno e o porte adequado ao de um utilitário. Por dentro, o acabamento é muito bom. Na versão avaliada, o interior de dois tons, com couro marrom nas portas e painel e plástico texturizado preto no resto, dá aura de sofisticação.

Completam esse bom pacote visual itens funcionais, como o quadro digital personalizável do lado esquerdo do cluster e a tela colorida de 7″ sensível ao toque que “salta” do painel central oferecendo navegação, sistema multimídia e câmera 360 graus para o assistente de estacionamento.

No quesito desempenho, o carro está bem longe de empolgar. Os 114cv e 15,5mkgf a 4 mil rpm são apenas suficientes para mover o carro com o mínimo de dignidade. O câmbio automático CVT, que traz conforto na ausência de trancos, também não parece ser a escolha ideal, e o modelo só pega embalo perto dos 3.800rpm, já a mais de 80km/h.

A partir desse ponto, ao manter a velocidade de cruzeiro, o comportamento melhora. E, ao selecionar o modo Sport em um botão na alavanca, a rotação sobe mais rápido e o utilitário acelera com mais vigor. A diferença é bem perceptível, mas ainda sem colocar emoção na equação. Para compensar isso, o Nissan agrada ao bolso. É nota “A” no programa de etiquetagem do Inmetro e fez a média de 9,3km/l de etanol no uso misto de cidade e estrada.

A suspensão é excelente. Composta por um conjunto de McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, ela segura o Kicks muito bem nas curvas e dá ao carro rodar macio, sem aquela oscilação da carroceria sentida em muitos utilitários. Ao passar em buracos, suporta bem o tranco, sem transferir quase nada ao motorista.

O bom trabalho é auxiliado por vários sistemas eletrônicos, como os controles dinâmicos de chassis e de curvas e o estabilizador ativo de carroceria. As rodas de liga leve aro 17 com pneus 205/55 também surgem como mais uma opção acertada no utilitário.

A posição de dirigir é ótima: o volante tem boa pegada e é bem centralizado em relação ao assento criado pela NASA, agência espacial americana.

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Nas mais de cinco horas de avaliação do carro, realizadas sem paradas, não houve cansaço no final, prova de que o foco em evitar a fadiga está no caminho certo. Todos os botões estão ao alcance e à mostra, inclusive os de abertura do tanque de combustível e do capô, nem sempre fáceis de achar em outros veículos.

O espaço é bom na frente e atrás, mas nessa parte só para duas pessoas, cujos joelhos e cabeça ficam bem acomodados.

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