Mercedes-AMG C63 S: carro de passeio com vocação de pista


Por Alejandro Konstantonis e Márcio Maio/Autocosmos.com/Auto Press

21/01/2018 às 07h00

A Mercedes-Benz é uma das principais referências globais quando o assunto é a indústria automotiva. Ao juntar esse nome às letras AMG, o resultado é dinamite pura. Embora no início, lá pelo fim dos anos 1960, os criadores da AMG tenham sido muito malvistos pelos altos executivos da Daimler-Benz, o tempo e as muitas vitórias conquistadas tornaram-se parte da própria marca, algo semelhante ao que aconteceu com Shelby e Ford ou Alpine e Renault. As divisões esportivas começaram a fortalecer a mecânica e os componentes dessas marcas sem ter uma relação de pesquisa e desenvolvimento no começo, mas suas grandes criações, gradualmente, fizeram com que se tornassem parte das fabricantes mencionadas. Hoje, a AMG é a quintessência da esportividade da Mercedes e existem até modelos que se chamam AMG puramente – o caso mais recente é o AMG GT Coupé. Outros, no entanto, se destacam por renovarem e aperfeiçoarem carros que já são clássicos da fabricante da estrela de três pontas. Como o Mercedes-AMG C63 S, sedã criado sobre a quinta geração da Classe C, construído sobre a plataforma MRA (Modular Rear Architecture, ou seja, arquitetura modular para tração traseira) e à venda no Brasil por uma “bagatela” de R$ 568.900.

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Alguns consumidores enxergam o C63 e o C63 S como o mesmo carro. De fato, são. Mas o S oferece algumas adições mecânicas e estéticas que o tornam ainda mais poderoso e com mais excelência na esportividade. São 34 cv e 5,12 kgfm a mais obtidos com uma melhora no sistema de escape e mapeamento diferente. As diferenças não terminam aí, uma vez que a versão S possui suporte ativo do motor, um fato que não aumenta força, mas torna as reações um pouco mais rudes, insistentes e comunicativas. A aparência estética também mostra diferenças nos para-choques e no design das rodas de 19 polegadas.

O motor é construído, do início ao fim, por um único mecânico, que assina sua obra ao final. Trata-se de um biturbo V8 de 4.0 litros, que oferece 510 cv de potência entre 5.500 e 6.250 rpm e gera um torque de 71,34 kgfm, disponível entre 1.750 e 4.500 giros. O V8 é acoplado a uma transmissão AMG de sete velocidades com aletas para trocas manuais no volante, que envia a tração para o eixo traseiro. Sua velocidade máxima é limitada em 250 km/h e o zero a 100 km/h é cumprido em apenas 4 segundos.

O AMG C63 S oferece um sistema de controle de suspensão eletrônico com três programas de amortecimento, que vai do modo mais confortável até o mais esportivo. Ele também oferece um programa que permite escolher três variáveis para dirigir na cidade, na estrada ou na pista, onde, através do gerenciamento do controle eletrônico de estabilidade, o motorista pode espremer a capacidade máxima do carro. Há quatro modos de condução: Comfort, Sport, Sport Plus e Race, este último só recomendado para uso em uma pista de corrida e com um piloto qualificado para isso. A suspensão é independente nos quatro cantos e os freios são a disco nas quatro rodas. Os dianteiros são de 390 mm e os traseiros, de 360 mm, com pinças de seis e quatro pistões, respectivamente. Já as dimensões do carro são de 4,75 metros de comprimento, 1,42 m de altura, 1,83 m de largura e 2,84 m de distância entre-eixos. O peso soma 1.730 kg.

Primeiras impressões

Como todos os carros com o selo AMG, o interior do C63 S não decepciona. Os materiais são da mais alta qualidade e a combinação de couros finos para estofados, inserções de alumínio e fibra de carbono impressiona. Os revestimentos têm uma combinação agressiva de cores vermelhas e pretas e esse padrão também é encontrado em alguns detalhes dos painéis das portas. No console central, encontramos uma atraente cobertura de fibra de carbono, que enquadra um relógio analógico assinado pela IWC. O painel de instrumentos é tradicional, porque a AMG ainda não acredita em cascatas de cores ou projeções virtuais para mostrar o comportamento do motor. O tacômetro – que mostra até 8 mil rpm – e o velocímetro, cuja velocidade máxima grafa 320 km/h, são analógicos.

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Sobre o sistema multimídia, C63 S tem tela de sete polegadas, onde, além de aparecerem os recursos do navegador e equipamento de áudio, são mostrados os menus dos sistemas AMG Dynamic Select, onde motorista pode selecionar os modos de condução e escolher a configuração da suspensão, motor, escape e caixa de velocidades. Além disso, o temporizador de corrida AMG é exibido, com um menu para calcular tempos de volta e conferir informações sobre o comportamento dinâmico na pista. O equipamento de áudio está assinado pela Burmester e oferece 590 W de potência. Uma prática um pouco questionável em um veículo desse preço é que a compatibilidade com Android Auto ou Apple CarPlay exige uma taxa extra.
A prova de desempenho se dá no Autódromo de Moisés Solana, no município de Epazoyucan, estado de Hidalgo, no México. No início, as voltas na pista acontecem em velocidade média, quando é possível notar o quão bem ajustado é o carro. As acelerações são brutais quando se exige mais força do V8 Biturbo e as curvas parecem bem fáceis para o AMG C63 S. A força é tanta não é necessário ser um piloto profissional para levá-lo quase ao limite. Isso em função da distribuição de peso e a nobreza do sistema de suspensão. O som do propulsor é simplesmente sublime, espetacular. E suas respostas são esmagadoras.

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