Volkswagen Golf deixa de ser vendido no Brasil após 27 anos
Produzido no Paraná por quase duas décadas, o Volkswagen Golf foi um sonho de consumo, mas perdeu espaço para os SUVs
A Volkswagen não comercializa mais o Golf no Brasil. Após 27 anos à venda no país, o hatch médio não aparece mais no configurador do site brasileiro da marca alemã. E, a princípio, não tem prazo para voltar.
A última fornada veio importada: o híbrido Golf GTE. Com apenas 99 unidades disponíveis, a configuração chegou no fim de 2019 por salgados R$ 199.990. E com a nova geração a ser lançada para os europeus.
SUVs sepultaram o Golf no Brasil
A última década foi dura com o Golf e os rivais, como o Ford Focus. A guinada dos SUVs e a proximidade de preços atingiram em cheio os hatches médios. Dessa maneira, a categoria perdeu competidores. E o Golf é o penúltimo a apagar os faróis – só resta o Chevrolet Cruze Sport6.
Na gama da marca, o hatch médio sai de cena e abre espaço para a chegada do SUV Taos. O novo utilitário da Volkswagen chega ao Brasil entre abril e maio de 2021 para desafiar o Jeep Compass, que foi o SUV mais vendido por três anos consecutivos (2016, 2017 e 2018) – e continua no pódio.
A montadora está focada na sua “ofensiva SUV”. Bem como está tocando o projeto da nova picape Tarok. Curiosamente, os dois modelos – Taos e Tarok – utilizarão a mesma plataforma MQB-A do Golf. A 7ª geração do hatch foi um dos primeiros veículos a nascer da base modular.
Trajetória de sucesso
Importado pela primeira vez em 1994, o Volkswagen Golf imediatamente caiu no gosto dos brasileiros. O modelo de 3ª geração desembarcou do México a princípio na icônica versão esportiva GTI.
Em 1997, a montadora apresentou a 4ª geração do hatch na Europa. E o novo Golf IV não demorou a chegar aqui. Com a demanda crescente, a Volkswagen logo depois resolveu produzir o modelo no Brasil, a partir de 1998, na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná.
Os anos seguintes foram de sucesso. Contudo, em 2007, a montadora promoveu uma reestilização no Golf brasileiro. E a mudança não pegou bem. O modelo europeu tinha acabado de ganhar a 5ª geração. Por causa disso, o nacional acabou sendo chamado de “Golf 4,5” pela imprensa.
Com preços competitivos e bom volume, o hatch médio ficou em linha sem trocar de geração até 2013. Todavia, àquela altura a Europa já tinha a 6ª geração. Foi quando a montadora, então, decidiu apostar novamente no modelo. E trouxe o Golf VII ao Brasil naquele mesmo ano.
A 7ª geração desembarcou no final de 2013, importada da Alemanha, colocando fim ao hiato. No ano seguinte, passou a vir do México. A nacionalização chegou em 2015, na fábrica paranaense de São José dos Pinhais. Entretanto, o Brasil estava em crise econômica.
Carro de nicho
Com sucessivas quedas nas vendas, o VW Golf seguiu firme até meados de 2019, quando a marca decidiu, então, encerrar a produção local. Logo após o fim da linha nacional, o híbrido GTE foi importado. E da mesma forma a eletrificação pode ser o caminho de volta para o hatch médio no futuro.
Até nos mercados mais ricos o Golf vem perdendo espaço para os SUVs. Assim, a tendência é que o tradicional hatch se torne cada vez mais um carro de nicho. Se voltar ao Brasil, o que pode acontecer já em 2021, a 8ª geração do Golf virá de novo na versão híbrida plug-in GTE.