Kawasaki ZX-10R SE: tecnologia das pistas para as ruas
O investimento em modelos de competição tem duas grandes funções para as fabricantes de motocicletas. A primeira é ganhar prestígio em disputas que atraem a atenção de entusiastas. A segunda, e mais importante, é levar parte das tecnologias desenvolvidas nas corridas para garantir desempenho e segurança para os modelos homologados para as ruas. Caso, por exemplo, das suspensões eletrônicas que equipavam a motocicleta campeã do Mundial de Superbike em 2017, com o piloto britânico Jonathan Rea, pela Kawasaki. O sistema está presente na nova Ninja ZX-10R SE, que chega às concessionárias da marca japonesa no fim deste mês com preço público sugerido de R$ 93.990.
Com três opções de atuação para a dianteira e a traseira — Road, Track e Manual —, as suspensões Showa do modelo incorporam o controle eletrônico de suspensão, que traz sensores e solenoides integrados às unidades de suspensão. Ao interpretar a informação dos sensores e de itens como aceleração, desaceleração e velocidade, o sistema melhora sua capacidade de amortecimento e adapta, em tempo real, as condições do trajeto e da condução à quantidade ideal de amortecimento para cada situação.
Esse amortecimento é ajustado eletronicamente para se adequar à velocidade da motocicleta e à velocidade de variação do curso da suspensão. Mas a desaceleração também é levada em conta, permitindo que a transferência de peso entre os eixos na frenagem seja controlada a partir de uma válvula solenoide com atuação direta. De acordo com a Kawasaki, isso resulta em um tempo de reação de apenas um milissegundo. Os modos Road e Track proporcionam configurações respectivamente mais suaves ou firmes, para atender a trajetos de rua ou circuito. O modo Manual permite ajuste das configurações de compressão e retorno de amortecimento de acordo com a preferência ou estilo de pilotagem, com 15 níveis cada e selecionadas eletronicamente através do painel de instrumentos.
Além do novo pacote tecnológico, a ZX-10R SE traz rodas de alumínio forjado de sete raios desenvolvidas em conjunto com a Marchesini – que faz parte do Grupo Brembo. Com o sistema Kawasaki Quick Shifter bidirecional, é possível subir ou descer a marcha sem o uso da embreagem, tornando as trocas mais rápidas. Para movê-la, aparece o motor de 998 cc com quatro cilindros em linha DOHC, 16 válvulas e arrefecimento líquido, capaz de gerar 200 cv a 13 mil rpm, podendo chegar a 210 cv de potência máxima quando equipada com Ram Air, que otimiza a tomada de ar do motor. Já o torque chega a 11,6 kgfm a 11.500 giros. A transmissão é de seis marchas e o peso da moto, em ordem de marcha, é de 208 kg. Quanto ao tanque de combustível, é capaz de armazenar 17 litros de gasolina.