Sob o domínio da racionalidade


Por MÁRCIO MAIO - AUTO PRESS

14/01/2016 às 07h00- Atualizada 14/01/2016 às 08h26

O carro mais barato da Renault, R$ 32.990, já sai de fábrica com carroceria de quatro portas e ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos (Fotos: Isabel Almeida/Carta Z Notícias / 12/01/2016 -)

O carro mais barato da Renault, R$ 32.990, já sai de fábrica com carroceria de quatro portas e ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos (Fotos: Isabel Almeida/Carta Z Notícias / 12/01/2016 -)

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Com o passar dos anos, os consumidores de automóveis ficaram cada vez mais exigentes. Versões que antes não ofereciam o mínimo necessário para garantir o conforto de seus ocupantes – como ar-condicionado, por exemplo – foram, pouco a pouco, abolidas e só sobreviveram em projetos mais antigos. E o segmento de “carros de entrada” deixou de ter preços condizentes com essa categoria, em função dos pequenos luxos adicionados aos veículos básicos. A Renault atua nesse faixa com o Clio. O hatch da marca francesa curiosamente fez um caminho inverso: chegou ao Brasil para atacar os compactos mais requintados e, aos poucos, foi sendo “popularizado”. O resultado é que hoje, duas décadas após sua vinda ao país, o Clio é o melhor custo/benefício entre os carros de entrada do mercado nacional. Seus únicos rivais em termos de preço são de marcas chinesas que ainda lutam para conquistar a confiança dos brasileiros com a promessa de oferecer “mais por menos” – justamente a mesma premissa do Clio.

Com uma única versão disponível, o carro mais barato da Renault já sai de fábrica com carroceria de quatro portas e ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos – com comando para travamento e abertura na chave – e preparação para som. Mesmo assim, consegue ser cerca de 10% mais barato que seu concorrente mais próximo, o Fiat Palio Fire, equipado nas mesmas condições. Custa R$ 32.990, contra os R$ 36.358 pedidos pela marca italiana. As vendas podem até parecer pouco significativas, afinal foram “só” 1.244 unidades mensais ao longo de 2015. Mas, diante da crise e até da falta de variedade de versões – característica nada comum em modelos de volume -, pode-se dizer que essa quantidade é bem expressiva.

Fabricado na Argentina, o modelo vendido no Brasil ainda é feito sob a plataforma da segunda geração do Clio europeu, lançada em 1998 e encerrada em 2005 por lá. Recentemente, em 2012, passou por um face-lift que promoveu alterações para deixá-lo com visual mais próximo ao da quarta geração e, ao mesmo tempo, teve o motor 1.0 16V mexido. As mudanças fizeram-no ganhar 3 cv a mais de potência, resultando nos atuais 80 cv entregues com etanol. Mas um dos principais trunfos do Clio brasileiro é seu consumo. De acordo com o Inmetro, ele tem classificação A tanto geral quanto em sua categoria. Na cidade, por exemplo, teve média aferida pelo instituto de 13,1 km/l com gasolina no tanque.

No entanto, o modelo pode estar com os dias contados. Seu substituto, o Kwid, já foi lançado na Índia e a previsão é que chegue no Brasil entre o final deste ano e o início de 2017, com produção em São José dos Pinhais, no Paraná. Trata-se do primeiro produto da parceria entre a marca francesa e a japonesa Nissan. E que deverá receber o mesmo propulsor 1.0 litro de três cilindros que equipa o Nissan March.

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