Baixo impacto


Por MÁRCIO MAIO

09/10/2014 às 06h00- Atualizada 09/10/2014 às 11h23

Chinesa pega carona nos megaeventos no Brasil para tentar espaço entre as vans de luxo

Chinesa pega carona nos megaeventos no Brasil para tentar espaço entre as vans de luxo

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A queda nas vendas automotivas registrada no Brasil não foi capaz de diminuir as expectativas de crescimento entre as fabricantes chinesas por aqui. Sempre com a estratégia de entregar mais conforto e listas recheadas de itens de série em seus modelos, cada uma aposta em um nicho que possa trazer resultados animadores. A JAC, por exemplo, resolveu pegar carona nos megaeventos programados para o Brasil a partir de 2014 – como a Copa do Mundo Fifa, realizada entre junho e julho, e as Olimpíadas de 2016 – para tentar conquistar um espaço entre as vans de luxo no país. Nessa onda, a empresa começou a oferecer, a partir de fevereiro, a maxivan T8.

O modelo transporta até sete pessoas e busca se firmar no atendimento a empresas de turismo, hotéis, sindicatos e associações para exercer a função principal de transfer de luxo. Mas a expectativa de vender duas mil unidades até o fim do ano transformou-se em uma amarga decepção. Nem a redução de R$ 20 mil no preço – o comercial leve chegou por R$ 114.990 e hoje começa em R$ 94.990 – ajudou. Até o final de setembro, o acumulado de emplacamentos do T8 chegou a apenas 102 unidades, menos de 15 por mês.

A intenção de se inserir no mercado de transportes de luxo fica evidente no interior da van executiva. A configuração 2+2+3 tem poltronas individuais e totalmente reclináveis na dianteira e na fileira do meio. As intermediárias ainda giram em 360º e os cinco lugares da parte traseira são removíveis, o que é capaz de ampliar o espaço do porta-malas dos 1.310 litros para sete ocupantes até 4.800 litros na condição de furgão – embora o transporte de cargas não seja a finalidade primária definida pela fabricante. O porte impressiona. São 5,10 metros de comprimento, 3,08m de entre-eixos, 1,84m de largura e 1,97m de altura.

O foco no conforto e a comodidade dos passageiros que vão atrás é acentuado pelos seis porta-copos, luzes individuais de leitura, duas tomadas de 12V e ar-condicionado com controle independente. Motorista e o carona têm regulagem elétrica e aquecimento nos bancos, que podem ser de couro por mais R$ 2 mil na conta final do carro. Externamente, o modelo não transmite maiores ousadias. Adota o clássico formato “caixote”, típico das maxivans e furgões grandes, mas o design abusa de cromados, algo que se evidencia principalmente na dianteira, pelas cinco lâminas e o logo da JAC no topo da larga grade.

A lista de equipamentos que saem de fábrica no modelo é extensa, engloba teto solar elétrico – que, assim como o ar-condicionado digital e automático, tem controle independente na parte de trás -, sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré, central multimídia com tela touchscreen e entrada USB, auxiliar e para cartão de memória e Bluetooth, faróis com regulagem elétrica de altura, trio elétrico e direção hidráulica. No que diz respeito à segurança, o JAC T8 conta apenas com os freios ABS e airbag duplo obrigatórios pela legislação brasileira.

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Sob o motor, a JAC instalou um 2.0 litros a gasolina turbinado com intercooler. O propulsor rende 175cv a 5.400rpm e torque constante de 26,5kgfm entre 2 mil e 4 mil giros. Acoplado a ele está uma transmissão manual de seis relações, que envia a potência para o eixo traseiro. Com esse conjunto e com o preço redimensionado, a JAC ainda acredita que sua van possa obter a imaginada arrancada nas vendas no Brasil.

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