Ataque por cima
A Volvo sempre foi uma referência em segurança. Essa imagem foi o atrativo para levar a Gelly a desejar adquirir o controle da marca sueca, em 2010. E foi também o principal foco do grande investimento feito pela montadora chinesa, de US$ 11 bilhões – ou cerca de R$ 45 bilhões. Mas só no ano passado surgiu o primeiro modelo totalmente desenvolvido sob esta nova “direção”: o SUV grande XC90. O modelo carrega tudo que há de mais moderno no mercado nesse quesito e, apesar dos preços salgados – a versão de entrada T6 Momentum Drive-E começa em R$ 319 mil -, já emplacou 128 unidades no país desde sua chegada, em meados de setembro do ano passado. A vinda do utilitário esportivo de sete lugares tem um objetivo claro: brigar pela fatia mais elitizada do mercado automotivo nacional com os alemães Audi Q7, BMW X5 e Mercedes-Benz GLE, além do inglês Range Rover Sport.
Para isso, há uma grande aposta no “recheio” tecnológico do SUV. O novo XC90 traz itens e requinte jamais vistos em outro veículo da Volvo. Para começar, trata-se do utilitário esportivo pioneiro em tecnologia semiautônoma de auxílio ao motorista. Sensores e câmaras monitoram as faixas das vias e o veículo à frente no trânsito, enquanto o sistema comanda a aceleração, a frenagem e a movimentação do volante em curvas leves. Quando se ultrapassa o limite de 50 km/h, atua como um controle de cruzeiro adaptativo, com assistência automática de freio e acelerador. Há alerta de mudança de faixa, que corrige o volante quando se invade outra pista, e alerta que detecta e avisa condutores que parecem desatentos.
O carro também aciona o freio automaticamente caso o motorista tente se posicionar frontalmente em relação a outro veículo que venha em sentido contrário – situação comum em cruzamentos e estradas. Os freios entram em ação automaticamente assim que o veículo detecta um potencial choque. Seja para evitar a colisão ou, na pior das hipóteses, minimizar os impactos da batida. Mas, caso o condutor prefira, todos os sistemas de auxílio de condução semiautônoma podem ser desativados. Estas tecnologias devem, inclusive, ser inseridas nos próximos modelos de médio e grande porte da Volvo. Além da tecnologia, a plataforma, a modular SPA, que estreou no XC90, também deve ser compartilhada por eles.
As comodidades para o motorista não acabam aí. O carro consegue estacionar sozinho em vagas perpendiculares e paralelas. No interior, chama atenção o painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas. A partir de uma outra tela no console central, pode-se configurar, por exemplo, os modos. São quatro: Confort, Eco, Dynamic e Off Road. Cada um deles entrega um ajuste distinto para motor, transmissão, direção, eficiência energética e layout do painel.
O motor é o T6, da linha E-Drive. Movido a gasolina, trata-se de um 2.0 litros com turbocompressor que entrega 320 cv e torque de 40,7 kgfm. A transmissão é sempre automática de oito velocidades e tração integral. As diferenças entre as versões de entrada Momentum e topo Inscription começam nas rodas, que sobem de 19 para 20 polegadas. A configuração mais cara também ganha sistema de áudio premium com 19 alto-falantes, bancos dianteiros com suporte lateral elétrico e ventilação e traseiros com climatização, encosto de cabeça elétrico para a segunda fileira de bancos, alerta de colisão traseira e de trafego lateral, sistema de alerta de ponto cego, câmara com visão 360º e com visão frontal de 180º, head up display, sistema de suspensão a ar e outros detalhes estéticos. Mas a diferença de preço também é alta: sobe R$ 44 mil, chegando a R$ 363 mil.