Mercado automotivo tem queda nos primeiros meses, mas encerra ano em alta

Último mês teve significativo crescimento de emplacamentos, quase igual ao mesmo período de 2019 conforme a Fenabrave


Por Agência Estado, por Vagner Aquino

06/01/2021 às 17h37

O ano de 2020 foi cruel com o mercado automotivo, que teve concessionárias fechadas por meses devido à pandemia e precisou elaborar às pressas um sistema de comércio digital que funcionasse. Como era fácil de prever, isso afetou muito as vendas de veículos novos, que caíram 26,6% na comparação com 2019. A informação é da Fenabrave, que reúne as associações de concessionárias do País.

Muita gente comprou carro para fugir da aglomeração do transporte público. Ainda assim, a impossibilidade de sair de casa e a falta de recursos derrubou as intenções de compra de vários consumidores. Isso gerou a maior queda de emplacamentos do setor desde 2015.

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De janeiro a dezembro do ano passado, 1.950.889 automóveis e comerciais leves foram vendidos no mercado brasileiro. Na comparação com dezembro de 2019, as vendas do mês passado foram 7,53% menores.

Em números absolutos, foram emplacados 251.775 veículos em dezembro de 2019. No mês passado, as vendas totais somaram 232 814 unidades.

Melhor mês de 2020

Mesmo com a crise, dezembro foi o melhor mês do ano em vendas. Isso é resultado da flexibilização da quarentena – os emplacamentos vêm crescendo desde junho, mês a mês e, em dezembro, bateram o recorde do ano. A alta foi de 8,66% ante novembro (que havia sido o melhor mês de 2020 até então), com 214.260 emplacamentos.

Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção diz que os principais fatores que influenciaram essa melhora foram “a manutenção da taxa de juros, em um patamar baixo e o auxílio emergencial, oferecido pelo Governo Federal”.

De acordo com o executivo, isso colaborou para o aquecimento do comércio e para a baixa inadimplência, principalmente, a partir do segundo semestre. “Isso melhorou a oferta de crédito, favorecendo a tomada de decisão para a aquisição de veículos”, afirma.

Segundo dados da Fenabrave, no ranking histórico (todos os meses de dezembro desde 1957), o último mês de 2020 está na 8ª posição. Já no o acumulado do ano (janeiro a dezembro), 2020 está na 14ª colocação.

Pandemia foi o principal fator da queda, mas comercializações voltaram a crescer desde junho último (Foto: Divulgação)

Motivos para queda

Além de mudanças de hábito da população em geral, impostas pelo novo coronavírus (que já infectou quase 8 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com números das Secretarias Estaduais de Saúde), a queda nas compras de veículos zero-quilômetro também é resultado da falta de produtos no mercado.

O motivo foi a queda na produção por causa da limitação do fornecimento de peças e matérias-primas, inclusive nas fábricas de fornecedores. Além disso houve redução do número de operários trabalhando, para atender aos protocolos de distanciamento para prevenção de contágio.

Com isso, o mercado sofreu com a falta de automóveis e comerciais leves nos estoques. O problema não foi generalizado, mas causou estragos. “Apesar de o último trimestre ter sido positivo e demonstrado uma forte reação dos segmentos, essa recuperação não foi suficiente para superar os resultados do último trimestre de 2019”, diz o presidente da Fenabrave.

Modelos mais vendidos

Mesmo com oscilações no mercado, que chegou a ter o Volkswagen T-Cross e a Fiat Strada no topo do ranking de modelos mais vendidos, o Chevrolet Onix terminou 2020 como líder absoluto de vendas. Foram 135.351 emplacamentos, de acordo com dados da Fenabrave. O título pertence ao hatch da Chevrolet desde 2014.

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Na segunda posição ficou o Hyundai HB20. O modelo conquistou 86 548 emplacamentos em 2020. Na terceira posição do pódio está o sedã Chevrolet Onix Plus, com 83.392 unidades vendidas. A lista com os 20 mais emplacados está acima.

Entre os comerciais leves, a Fiat Strada foi a mais vendida do Brasil em 2020. O modelo, que ganhou nova geração em meados do ano passado, somou 80.041 emplacamentos. Logo atrás aparece sua irmã maior, Toro, com 53.974 unidades. A medalha de bronze do segmento ficou com a Toyota Hilux (32.394 emplacamentos).

Se o parâmetro for apenas o mês de dezembro, o Onix também manteve a primeira posição (16.566 vendas). HB20 e Onix Plus invertem as posições na comparação de dezembro com o acumulado do ano. Enquanto o sedã da GM somou 12.919 emplacamentos no mês passado, o hatch da marca sul-coreana teve 10.433 vendas.

 

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