Faltam carros nas lojas e vendas caem pelo segundo mês no país

Na contramão deste mercado, comercializações de motos sobem 5,5% em julho


Por Agência Estado

04/08/2021 às 16h23- Atualizada 04/08/2021 às 16h58

Como resultado da falta de modelos nas concessionárias por conta das paradas de montadoras que estão sem componentes eletrônicos para levar a produção adiante, as vendas de veículos novos no Brasil recuaram 3,8% de junho para julho, somando no mês passado 175,5 mil unidades, uma queda pelo segundo mês consecutivo.

O dado inclui caminhões e ônibus e é 3,8% menor que o de junho e 0,6% superior ao de julho de 2020. No ano, foram vendidos 1,25 milhão de veículos, alta de 27,1% ante igual período do ano passado.

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Divulgado nesta terça-feira, 3, pela Fenabrave, a entidade que representa as revendas de veículos, o número engloba carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. É praticamente uma repetição, com leve alta de 0,6%, do desempenho de julho de 2020, quando o mercado ainda sentia o baque da chegada da pandemia e se adaptava, com serviços digitais, para atender consumidores à distância.

Só o segmento de automóveis e comerciais leves vendeu 163,1 mil unidades no mês – queda de 4,2% ante junho e alta de 6,4% ante julho de 2020 – e 1,17 milhão no ano, 28,2% mais que em 2020. Segundo fabricantes, há demanda, mas faltam carros nas lojas por causa da baixa produção resultante da falta de chips.

A Fiat se distanciou ainda mais dos concorrentes ao encerrar julho com fatia de 26,8% das vendas. A Toyota está em segundo lugar (11,4%), seguida por Volkswagen (11%), Hyundai (9,3%) e Jeep (8,3%). A GM ficou em sétimo lugar, com 5,8%.

No ano, a fatia da Fiat é de 22,8%, seguida pela Volkswagen (15,7%), GM (11,4%), Hyundai (9,4%) e Toyota (8,3%).

‘Estoques criticamente baixos’

Ao comentar o resultado, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, relatou que os estoques de automóveis estão em níveis “criticamente baixos”. “O setor, em geral, mantém sua trajetória de recuperação, com volume total próximo ao que registramos nos últimos anos, antes da pandemia. Se a produção estivesse normalizada, principalmente para automóveis, poderíamos ter crescimento ainda maior do que o previsto para este ano”, disse Alarico em nota que acompanha o balanço distribuído à imprensa.

Frente aos sete primeiros meses do ano passado – uma base fraca por pegar período de quarentenas nas quais o comércio de veículos teve que fechar as portas -, as vendas acumularam alta de 27,1%. No total, 1,25 milhão de veículos, na soma de todas as categorias, foram emplacados no País de janeiro a julho de 2021.

O maior gargalo da indústria automotiva hoje é a escassez global de componentes eletrônicos, responsável por interromper a produção das montadoras, fazendo com que as concessionárias percam vendas por falta de produtos. No mês passado, a Anfavea, associação das montadoras, estimou entre 100 mil e 120 mil unidades o total de veículos que já deixaram de ser produzidos no Brasil por conta da falta de semicondutores no mundo.

Segmento mais atingido pela indisponibilidade de eletrônicos, as vendas de automóveis, como notou hoje a Fenabrave, tiveram o pior julho desde 2005. No mês passado, 123,6 mil carros foram entregues pelas concessionárias.

Vendas de motos sobem 5,5%

Na contramão do mercado de carros, as vendas de motos tiveram crescimento de 5,5% em julho, na comparação com junho, informou nesta terça-feira a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias. No total, 112,6 mil unidades foram vendidas, 32,2% a mais do que em julho de 2020.

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Com o resultado, as vendas de motos fecharam os sete primeiros meses do ano com crescimento acumulado de 44,7%, somando 629,9 mil unidades emplacadas. A Honda, líder com folga do mercado, respondeu por 75,5% desse total, seguida pela Yamaha (18,2%).

Ao comentar o desempenho do segmento de duas rodas em julho, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, disse que o resultado só não foi melhor porque, assim como acontece na indústria de automóveis, também há limitações de produção nas montadoras de motos, dada a dificuldade de obtenção de peças.

“O resultado do mês de julho só não foi melhor pela falta de produtos. Mas notamos que a demanda permanece alta e os emplacamentos de motocicletas continuam em plena recuperação”, comentou o presidente da Fenabrave.

Segundo a entidade, a oferta de crédito, por vezes um limitador de vendas no segmento, está positiva, com os bancos aprovando praticamente metade dos pedidos de financiamento.

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