Amor pelo Chevette une grupo de colecionadores de JF

Clássico nacional saiu de linha em 1993, mas prestígio só cresce entre os amantes das quatro rodas


Por Wendell Guiducci

03/01/2019 às 07h00- Atualizada 03/01/2019 às 12h23

Registro do primeiro encontro dos Chevetteiros JF (Foto: Arquivo Pessoal)

Justamente quando a Chevrolet parou de fabricar um de seus maiores sucessos no Brasil, o lendário Chevette, em 1993, nascia Albert Rodrigues, hoje proprietário de uma loja de autopeças e acessórios automotivos em Juiz de Fora. O fato de ter chegado atrasado para o baile não impediu Albert de cultivar uma grande paixão pelo carro que vendeu, ao longo de seus 20 anos de fabricação no país, 1,6 milhão de automóveis. Um amor que o autônomo compartilha com outros amigos com os quais decidiu fundar, em 2014, o Chevette Club JF, rebatizado em 2016 de Chevetteiros JF, um grupo de 25 fãs dessa pequena joia da história automotiva do Brasil.

Fabricado entre 1973 e 1993, o Chevette foi duas vezes eleito carro do ano pela revista “Autoesporte” (em 1974 e 1981) e, em 1983, foi o veículo mais vendido do país. Com tração traseira e entre-eixos curto, numa configuração mais comum aos carros esportivos de hoje, tanto em sua configuração sedan quanto hatchback conquistou reputação como um carro ágil. Foi justamente o que atraiu Albert. “Eu queria um carro com tração traseira e, influenciado pelo meu primo, comprei meu primeiro Chevette, um modelo Tubarão de 1977. Isso foi mais ou menos em 2012”, quando tinha apenas 20 anos, relata. Foi depois que, com os amigos Lucas, Dudu, Wesley, Edu e Carlão, fundou o grupo que se reúne todo último domingo do mês para trocar ideias e combinar passeios e participação em eventos.

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“No início o grupo tinha apenas oito Chevettes, agora já somos 25 membros. E a intenção é expandir mais em 2019. O Chevette é uma paixão nacional, é um carro barato e ótimo para quem quer começar a colecionar”, defende Albert. Numa busca rápida em market places da internet, é possível encontrar modelos distintos e em diversos estados de conservação. Um modelo 1980, por exemplo, 100% original, pode custar R$ 35 mil. Um mais judiado, do mesmo ano, pode ser adquirido por R$ 4 mil. Albert já comprou seu segundo Chevette, um modelo hatchback 1984 que está terminando de restaurar. O Tubarão também vai “entrar na faca” em breve.

Vale (quase) tudo

Segundo Albert, há todo tipo de modelo no grupo dos Chevetteiros. “Tem originais, tem customizados que chamamos de eurolook, tem old school…”, o importante ali é que seja Chevette, seja o Luxo, o Especial, o DL, SL, GP, GPII… O mais antigo do acervo do coletivo é o sedan de duas portas ano 1973, o primeiro fabricado no Brasil, que ficou conhecido como Tubarão por conta de sua frente com ângulo negativo. Ao todo, são três Tubarões na frota dos Chevetteiros JF. É, até hoje, o mais querido entre todos os modelos.

Além de irem às reuniões mensais, os integrantes também botam suas relíquias para rodar, indo a encontros de som automotivo, de tunning e, obviamente, exposições de carros antigos, como os promovidos pela Associação dos Veículos Antigos de Juiz de Fora (AVA-JF). O próximo encontro acontece no dia 27 de janeiro, às 15h, na Planeta Chevrolet da Avenida Brasil 7695. E como faz para entrar na roda? Albert dá a letra e convida os interessados: “É só entrar em contato com a gente pelas nossas redes sociais (/chevetteirosdejf no Instagram e no Facebook), vir a um encontro e começar a participar. É uma reunião de amigos, uma maneira de compartilhar um mesmo interesse, que é o amor pelo Chevette.”

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