Husqvarna volta ao asfalto com a Vitpilen 701
À venda no Brasil, a naked sueca tem personalidade de sobra
A indústria de motocicletas tem crescido exponencialmente, mas isso não é novidade. Só que as ideias geralmente acabam rapidamente e as marcas costumam apostar no que é mais seguro. Com isso, vemos que algumas motos são extremamente semelhantes, mas produzidas por diferentes marcas. O segmento das nakeds é um dos que mais sofre com isso: motor exposto, exaustão vistosa, farol trapezoidal e, pronto, surge uma nova moto similar. Poucas são as fabricantes que se atrevem a fazer algo realmente especial. No passado, a Buell surpreendeu com seu estilo revolucionário. Depois, a Ducati Scrambler também fugiu da curva e, recentemente, a Indian FTR 1200 foi outra que conseguiu uma identidade mais marcada. E quem também conseguiu se destacar nesse sentido foi a Husqvarna, com seu retorno às motos de asfalto.
A sueca se especializou em motos de terra e tornou-se uma referência mundial no Enduro e Cross. Mas esse leque foi ampliado graças aos esforços para retornar ao massivo mercado consumidor e 2017 foi o ponto de virada, com a apresentação das Vitpilen e da Svartpilen — respectivamente, Seta Branca e Seta Preta em sueco. São três versões: duas menores, modelos 401, e uma mediana, 701. A maior delas, a Vitpilen 701, começou a ser vendida no Brasil no mês passado, importada pela Power Husky, por R$ 84.900.
A moto é impulsionada por um motor monocilíndrico com refrigeração líquida de 692,7 cc, com 75 cv de potência e 7,33 kgfm de torque a 6.750 rpm. A injeção eletrônica é operada pelo sistema de aceleração direta ride-by-wire e o intervalo entre as manutenções é de 10 mil km. O sistema de freios é assinado pela Brembo, com um único disco dianteiro de 320 mm e um traseiro de 240 mm, além de ABS da Bosh. O câmbio é de seis marchas com trocas assistidas, ou seja, não é necessário precisa que a embreagem seja acionada para que as marchas subam ou desçam. Algo que também se destaca é seu peso seco: 157 kg.
A naked sueca tem roda de 17 polegadas, assento revestido em couro mokka e tanque com tampa de alumínio com o brasão da Husqvarna Motorcycles. O painel é digital e farol de led com luz de condução diurna e suspensão com garfos invertidos dianteiros, de 43 mm, acompanhados por um amortecedor único na traseira, ambos totalmente ajustáveis, estão entre os itens de série.
Primeiras impressões
A Husqvarna Vitpilen 701 é uma moto que foge do cotidiano e dos projetos repetitivos. Na verdade, mais parece uma obra de um arquiteto europeu minimalista. O resultado é simplesmente sensacional e não é difícil o piloto se transformar no centro das atenções em todas as ruas em que circula.
O conjunto é uma reminiscência dos modelos de off-road, mas com um toque elegante. Sem dúvida, o que mais chama a atenção é o conjunto formado pelo tanque de combustível, assento e cauda. E merece uma menção especial a iluminação diurna e o painel de instrumentos. O manuseio da motocicleta, de maneira geral, é excelente. A posição de direção pode parecer estranha no começo, mas é fácil se acostumar. A manobrabilidade em espaços curtos é ótima e, em geral, trata-se de uma motocicleta ágil.
Embora a mecânica da Vitpilen 701 seja boa, em função do foco, tamanho e até preço da moto, talvez um propulsor de um cilindro não tenha sido a melhor opção. Não que falte força, ao contrário: a aceleração é bem linear. Mas essa é uma moto que tem mais potência do que torque, e isso é bem perceptível quando se compara seu desempenho ao de rivais semelhantes, mas com mais cilindros.