Sem perder a compostura
Honda HRV, Jeep Renegade e Peugeot 2008. Em um período de pouco mais de um mês, três novos modelos chegam para disputar o mercado brasileiro de utilitários esportivos compactos. Certamente um motivo de preocupação para Ford e Renault, que até então brigavam praticamente sozinhas pela liderança do segmento, respectivamente com EcoSport e Duster. A Renault não perdeu tempo e providenciou um “facelift” em seu SUV compacto. O Duster modelo 2016 ganhou uma nova grade, faróis e lanternas foram redesenhados, parachoques também mereceram uma reestilização e detalhes do interior tiveram aperfeiçoamentos. Os motores são os mesmos, mas receberam pequenos ajustes.
Não foi por mera economia de recursos que a Renault deixou de fazer uma reformulação mais profunda no Duster. O pessoal de marketing da marca acredita que – apesar da proliferação de concorrentes no segmento -, o espaço interno, a robustez e o custo/benefício bastarão para manter o nível das vendas nacionais de seu utilitário esportivo – que nos últimos dois anos estiveram acima das 45 mil unidades anuais. Nos primeiros meses de 2015, o Duster encostou no líder EcoSport – cerca de 500 unidades separaram as vendas mensais de um e de outro.
Assim, as sutis mudanças do modelo 2016 tentam cumprir a função de permitir que o Duster transmita uma maior percepção de modernidade. Ou, pelo menos, que não pareça envelhecido, frente aos novos “players” do segmento. A novidade que mais chama atenção é a grade frontal, que é totalmente nova e incorpora o hipertrofiado logo que é característico da atual “assinatura visual” da marca francesa. Os faróis também foram reestilizados em seus elementos internos, embora o formato de seu contorno permaneça o mesmo. Arrematando as alterações frontais, o parachoques está mais bojudo e agressivo, com grade inferior em estilo colmeia.
Na traseira, as lanternas incorporaram um filete de leds. Uma nova faixa com o nome Duster aparece em cima da placa e os pára-choques também foram repaginados.
Por dentro, novas padronagens nos bancos – inclusive uma opção com revestimento em couro – e “black piano” na parte central do tablier, que reúne as saídas de ar centrais e uma das grandes apostas da Duster 2016: o Media Nav Evolution. Ao interagir com smatphones, o sistema amplia consideravelmente o potencial de conectividade do SUV. Nos modelos que oferecem o Media Nav, o volante – que também é novo – incorpora alguns comandos satélites do equipamento de informação e entretenimento.
Sob o capô, mais evoluções no mesmo padrão “low profile”. No motor 1.6 16V, tradicionalmente responsável por 75% dos Duster vendidos, a potência máxima ficou nos mesmos 115cv, mas o torque máximo foi aumentado em 1kgfm – agora são 14,6kgfm em 2.500 rotações, ambos com etanol no tanque. Já o motor 2.0 16V ganhou 6cv e agora tem 148cv a 5.750 rpm. Também houve ganho de 1kgfm de torque em baixa rotação, passando para 18,8kgfm a 2.250rpm – nos dois casos, quando abastecido com etanol. No Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro, levaram nota “A” em consumo de combustível as três versões Dynamique com câmbio manual: 1.6 16V, 2.0 16V e 2.0 16V 4×4. A economia é reforçada pela função EcoMode. Acionável por meio do botão localizado no painel, limita a potência e o torque do motor e reduz a potência do ar-condicionado. O que permite uma redução de 10% no consumo de combustível, segundo a Renault.
Alguns preços caíram um pouco nessa linha 2016. A versão mais básica, a Expression 1.6, agora começa em R$ 62.990. Acima dela vêm quatro versões Dynamique. Com motor 1.6 e câmbio manual, parte de R$ 67.990. Com motor 2.0 e câmbio manual, começa em R$ 72.990. E com motor 2.0 e câmbio automático, custa R$ 75.990. Acima dela vem a “top” 4×4 com câmbio manual, que sai por R$ 78.490. Valor que assegura ao Duster um interessante atrativo em termos de marketing: é o veículo 4×4 mais barato do mercado nacional. Em uma briga tão disputada quanto a dos SUVs compactos no Brasil, toda arma tem seu valor.