Instituto realiza Festa Julina para crianças e adolescentes com deficiência em JF


Por Juliana Netto

07/07/2016 às 18h13- Atualizada 08/07/2016 às 09h32

12901201_1003749903040089_2669968904397654859_o
Atividades são realizadas nas tardes de sábado, no Colégio Jesuítas (Foto: Divulgação/Instituto Aviva)

Imagine um grupo de pessoas que disponibiliza voluntariamente suas tardes de sábado para brincar, dançar, cantar, praticar esportes e levar um pouco mais de alegria para crianças e adolescentes com variados tipos de deficiência. Pois esta iniciativa existe em Juiz de Fora. E está prestes a completar cinco anos. Tudo começou em 2011, após um intercâmbio feito pela fisioterapeuta Ana Paula Carvalho, de 29 anos, que conheceu o Aviva, instituto destinado à assistência de pessoas com deficiência física, em Salamanca, na Espanha. Ao voltar de lá, a juiz-forana importou nome e ideia, criando um projeto semelhante em Juiz de Fora, focando no público infantojuvenil.

[Relaciondas_post]

PUBLICIDADE

“Não temos um critério sócio-econômico e nem somos de caráter assistencialista. Atendemos crianças, entre 5 e 14 anos, com qualquer tipo de deficiência, desde que obedecido um critério de avaliação da nossa equipe. Embora eu tenha formação em fisioterapia e a Ana Clara (Lélis), coordenadora do projeto, seja formada em Educação Física, também não temos cunho terapêutico. Não é centro de fisioterapia para crianças deficientes e sim um espaço de lazer que, em muitos casos, utiliza o esporte adaptado como ferramenta de interação”, explica Ana Paula.

As atividades acontecem todos os sábados, das 15h às 17h, no Colégio Jesuítas. “Tive uma experiência com esporte adaptado na Espanha e no início a ideia era criar uma escola para essa finalidade. Mas como os encontros acontecem somente aos sábados, vimos que não teríamos muitos ganhos. Hoje, além de futebol, handebol, capoeira, vôlei e badminton também tem cinema, música e outras atividades. A proposta é fazer todas interagirem na mesma proposta oferecida”, explica.

No último sábado, meninos e meninas se concentraram nos preparativos para a tradicional Festa Julina, realizada anualmente. Desde a edição do ano passado, o evento, além de ser um momento de socialização entre alunos, pais e voluntários, busca arrecadar recursos até o arraiá do ano seguinte. O evento acontecerá no próximo domingo (10), entre 16h e 21h, no Espaço Sirena (Avenida Deusdedit Salgado, 1690, no Bairro Teixeiras, ao lado do Parque da Lajinha). “Além de momento de confraternização, nossa festa serve para mostrar o resultado das atividades desenvolvidas todos os sábados. Teremos a quadrilha com voluntários e crianças atendidas, muitas delas cadeirantes”, detalha a idealizadora do projeto. “Também teremos bolo de aniversário, recreadores e brinquedos, como pula-pula”.

Crianças com até 4 anos não pagarão pelo convite. A partir desta idade, os ingressos custam R$ 10. Os jovens atendidos terão entrada gratuita, além de ter direito a um kit, com camisa, convite para mais quatro pessoas e vale-consumo. Em ano olímpico, a festa também terá outro importante objetivo: levantar dinheiro para levar os atendidos às Paraolimpíadas Rio 2016.

Você pode fazer parte

Para a Festa Julina, os interessados podem doar ingredientes para caldos, doces e demais comidas típicas do evento, além de descartáveis e prendas para as brincadeiras das crianças. Os produtos podem ser deixados no Studio Pilates Center, na Rua Santa Rita, número 538/02.

Já no dia a dia do Aviva, a principal dificuldade é contar com materiais paraesportivos e com voluntários. “Hoje temos cerca 380 voluntários inscritos. Na Festa Julina, serão 180 trabalhando. Temos parcerias com cinco empresas juniores da UFJF e contamos com o auxílio de alunos de variados cursos, como farmácia, educação física, comunicação, engenharia de produção e administração. A cada sábado são cerca de 80 colaboradores. “No entanto, devido ao perfil universitário, este número flutua muito, devido a trabalhos, provas, atividades acadêmicas e férias”, lamenta. “A principal característica que a gente busca nas pessoas é a boa vontade. No entanto, no momento, precisamos de um perfil mais adulto, para fazer com que este fluxo diminua. Estamos com dificuldade de compor a diretoria. Para isso, seriam necessários contadores e advogados, por exemplo, pessoas que não necessariamente precisam participar das atividades aos sábados”, pontua a idealizadora do projeto.

Atualmente, o instituto conta o apoio das academia Acquavip, além das padarias Linda, Maxi Pão e Mister Granbery. Para a Festa Julina, o projeto também recebeu auxílio das empresas Inter Construtora e Multi Spaço.

Uma vez ao mês, o grupo se reúne também em uma atividade extra, geralmente realizada em cinemas, teatros, museus ou pontos turísticos, como Parque da Lajinha e UFJF. Ainda sem contar com a ajuda de um ônibus que possa facilitar o transporte dos atendidos, as atividades extras são informadas logo no início do semestre, para que os familiares possam se organizar para participar do encontro. “Seria ótimo se pudéssemos contar um o auxílio de um transporte adaptado, tanto para essas atividades quanto para a ida aos Jogos Paralímpicos”, almeja Ana Paula.

O conteúdo continua após o anúncio

Engrenagem

Ao ser questionada do porquê de seguir com o projeto, a mentora da iniciativa é categórica. “Tem gente que acha que isso é coisa de gente boazinha. Mas acho que a gente faz parte de uma engrenagem, onde todos têm que participar, para viver em sociedade”.

Interessados em contribuir de alguma forma com a iniciativa podem fazer contato pelo site www.institutoaviva.com.br, pelo Facebook  do projeto ou pelo telefone 9 (32) 8847-1273 (Ana Paula).

Conhece alguma iniciativa positiva realizada em Juiz de Fora? Compartilhe com a gente. Encaminhe um e-mail com o assunto Bem JF para o minhatribuna@tribunademinas.com.br ou um inbox pela página da Tribuna no Facebook.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.