Candidatos à ALMG arrecadam até R$ 450 por voto recebido

Cidade contou com 39 postulantes a deputado estadual; nomes com as maiores receitas de campanha não obtiveram sucesso nas urnas


Por Renato Salles

06/10/2022 às 13h21

JF conseguiu manter sua bancada de quatro deputados estaduais na ALMG; juntos, estes postulantes arrecadaram um total de R$ 5.897.052 (Foto: Divulgação)

Juiz de Fora conseguiu manter sua bancada de quatro deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Após a realização do primeiro turno das eleições, no último domingo (2), foram reeleitos Noraldino Júnior (PSC), Betão (PT), Charles Santos (Republicanos) e Delegada Sheila (PL). Ao todo, a disputa contou com 39 candidatos a deputado estadual com domicílio eleitoral na cidade. Juntos, estes postulantes arrecadaram um total de R$ 5.897.052 e obtiveram, somados, 447.825 votos. Assim, pode se dizer que os concorrentes locais precisaram arrecadar uma média de R$ 13,17 para cada voto recebido.

A ex-jogadora da Seleção Brasileira de vôlei, Márcia Fu (União Brasil) foi a candidata com domicílio eleitoral na cidade que arrecadou os maiores valores por cada voto efetivamente recebido nas urnas. Sem conseguir se eleger, a ex-atleta informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um total de receitas de campanha que somam R$ 1.000.080, sendo que R$ 1 milhão veio do Fundo Eleitoral. Como Márcia Fu recebeu o apoio de 2.218 eleitores, isso significa que a candidata teve R$ 450,89 arrecadados para cada voto conquistado. Por outro lado, até aqui, Márcia Fu informou despesas de campanha já contratadas que somam R$ 89.190, o que totaliza R$ 40,21 gastos por voto até aqui.

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Quando consideradas apenas as despesas de campanha contratadas já informadas ao TSE, o maior “custo do voto” foi observado na candidatura da advogada Débora Lovisi (PSDB). Com a maior arrecadação entre todas as 39 candidaturas com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, ela já informou gastos de campanha que somam em R$ 504.018,54. Como recebeu 3.119 votos, isso significa gastos de R$ 161,60 a cada eleitor conquistado. Ao todo, Débora informou ao TSE receitas de campanha que totalizam R$ 1.100.120, sendo que R$ 1,1 milhão vem do Fundo Eleitoral.

A candidatura que precisou arrecadar menos recursos para cada voto conquistado foi a do deputado estadual reeleito Charles Santos. Ele comunicou à Justiça Eleitoral uma arrecadação de R$ 71 mil, sendo R$ 56 mil oriundos do Fundo Eleitoral. Como o parlamentar obteve a confiança de 61.727 votantes, isso corresponde a R$ 1,15 arrecadado a cada voto recebido. Quando consideradas as despesas contratadas já informadas, R$ 38.348,69, o gasto de Charles foi de R$ 0,62 por voto. Vale destacar que Charles Santos se reelegeu para um segundo mandato na ALMG, após transferir seu domicílio eleitoral para Juiz de Fora.

Neste quesito, o menor gasto por voto foi apresentado pela candidata Rosimeire Paiva (PTB). Sem se eleger, ela informou gastos de campanha de apenas R$ 485, o que corresponde a R$ 0,38 despendidos para cada um de seus 1.261 votos. Por outro lado, ela arrecadou R$ 31.755,69, valor que vem integralmente do Fundo Eleitoral, o que significa R$ 25,18 para cada eleitor conquistado.

Números preliminares

Vale pontuar que as informações constantes no sistema do TSE apresentam uma grande discrepância entre os valores informados pelos candidatos a título de receitas e de despesas. Isso acontece porque as prestações de contas finais referentes ao primeiro turno devem ser concluídas em até 30 dias após a primeira etapa das eleições, que aconteceu no último domingo. Assim, os números apresentados podem sofrer alterações.

Parlamentares eleitos estão entre os menores ‘custo-voto’

Se Charles Santos obteve o menor “custo do voto” em sua primeira eleição com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, o segundo menor gasto por eleitor conquistado entre os candidatos da cidade foi obtido por um velho conhecido das urnas juiz-foranas: o deputado estadual Noraldino Júnior.
Para chegar a seu terceiro mandato, o parlamentar arrecadou R$ 444.027,35, sendo R$ 150 mil a partir do Fundo Eleitoral, cerca de um terço do total. Mais votado em todo o estado entre os 39 concorrentes locais, com 104.552 votos, Noraldino precisou arrecadar R$ 4,25 para cada eleitor conquistado. Até aqui, o deputado já informou despesas de campanha contratadas que somam R$ 283.153,92, o que significa R$ 2,71 gastos a cada voto recebido.

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Reeleita para seu segundo mandato na ALMG, a Delegada Sheila arrecadou R$ 4,59 para cada um dos 58.003 votos recebidos no último domingo. Ao todo, a deputada já informou à Justiça Eleitoral receitas da ordem de R$ 266,5 mil. Destes, R$ 250 mil vêm do Fundo Eleitoral. Quando consideradas as despesas já inseridas no sistema do TSE, Sheila tem gastos de campanha que somam R$ 139.218,63, o que corresponde a R$ 2,40 despendidos para cada eleitor conquistado.

Por fim, outro que se reelegeu para seu segundo mandato na Assembleia Legislativa foi Betão. O petista já informou à Justiça Eleitoral receitas de campanha que totalizam R$ 470.204,01. Do total, R$ 208 mil vêm do Fundo Eleitoral. Tais números significam que o parlamentar precisou arrecadar R$ 7,56 para cada voto recebido. Indo além, Betão já comunicou ao TSE um total de despesas contratadas que somam R$ 449.828,83. O valor significa que a campanha do deputado teve um dispêndio de R$ 7,24 para cada eleitor que manifestou apoio a seu mandato nas urnas.

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