Juiz de Fora mantém representação parlamentar
Cidade conseguiu duas cadeiras na Câmara dos Deputados e quatro na ALMG; Lula, Zema e Alexandre Silveira foram os mais votados entre os eleitores locais
No último domingo, milhões de brasileiros foram às urnas para escolher seus futuros representantes no primeiro turno das Eleições 2022. Em Minas, por exemplo, o governador Romeu Zema (Novo) renovou seu mandato e se reelegeu com 56,18% da votação válida em todo o estado e o aval de mais de 6 milhões de eleitores mineiros. No Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançaram para o segundo turno da corrida presidencial. Lula obteve 48,43% da votação válida, o que representa cerca de 57,2 milhões de votos; Bolsonaro ficou com 43,2% dos votos válidos e o apoio de pouco mais de 51 milhões de eleitores. Neste cenário, como votaram os juiz-foranos?
Bom, para começar a responder a esta pergunta é importante apontar que, de certa forma, Juiz de Fora conseguiu manter sua representação parlamentar. Duas mulheres estreantes se elegeram para a Câmara dos Deputados. Mais votada na cidade, onde recebeu 52.630 votos, a delegada da Polícia Civil Ione Barbosa (Avante) vai para Brasília com uma votação expressiva entre os juiz-foranos. A outra deputada federal eleita foi a ex-secretária municipal da Saúde, Ana Pimentel (PT). Ana foi a mais votada em todo o estado entre todos os 35 candidatos a cadeiras na Câmara dos Deputados com domicílio eleitoral em Juiz de Fora e totalizou 72.698 votos.
Para além de serem mulheres estreantes, outra coisa une as eleições de Ione e Ana: as duas conquistaram uma cadeira pelos bons desempenhos de seus partidos, entrando pela média, na distribuição das chamadas sobras. Assim, como representantes da cidade no Congresso Nacional, as duas vão substituir os deputados federais Charlles Evangelista (PP) e Júlio Delgado (PV), que tentaram a reeleição. Os dois não obtiveram sucesso em parte por seus desempenhos nas urnas locais, uma vez que nenhum dos dois chegou a computar dez mil votos entre os eleitores juiz-foranos.
Se na Câmara dos Deputados saem dois nomes da cidade para a entrada de duas deputadas locais, a representação parlamentar da cidade na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) permanece inalterada. Ao contrário do que se viu com Júlio e Charlles, os quatro deputados estaduais com domicílio eleitoral na cidade que tentaram a reeleição renovaram seus mandatos: Betão (PT), Charles Santos (Republicanos), Delegada Sheila (PL) e Noraldino Júnior (PSC).
Betão vai para seu segundo mandato na ALMG como o candidato à Assembleia mais votado na cidade, obtendo 32.503 votos entre os juiz-foranos. A caminho de sua terceira legislatura, Noraldino se reelegeu como o mais votado entre todos os 39 candidatos a deputado estadual com domicílio eleitoral na cidade, com o apoio de 104.552 eleitores em todo o estado. A novidade foi a reeleição do deputado estadual Charles Santos, agora, pela primeira vez, com domicílio eleitoral em Juiz de Fora.
Minas e Brasil
Na disputa presidencial, no entanto, o eleitor juiz-forano apresentou um comportamento distinto ao observado em todo o país e em Minas. Caso a eleição se decidisse apenas com a votação em Juiz de Fora, o ex-presidente Lula estaria eleito já no primeiro turno, com 52,62% dos votos válidos. O petista obteve 167.048 votos na cidade contra 121.945 de Bolsonaro. Na disputa pelo Governo, o cenário local acompanhou o estadual, e Zema obteve 55,27% dos votos válidos.
Porém, uma diferença em relação ao quadro estadual foi vista na corrida pela única cadeira em aberto no Senado por Minas. Se a escolha recaísse apenas sobre o eleitor juiz-forano, o senador Alexandre Silveira (PSD) seria reeleito com 41,28% da votação válida (106.691 votos). Contudo, quando computados os votos nas 853 cidades mineiras, o deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC) ficou com a vaga com 41,52% dos votos válidos. Na cidade, ele obteve 81.460 votos.