Cientista político avalia as contradições do PSDB e sugere consenso

Por Paulo Cesar Magella

27/08/2017 às 06h00 - Atualizada 26/08/2017 às 15h34

Paz até dezembro

A bandeira branca hasteada pelos senadores Tasso Jereissati e Aécio Neves, que disseram nunca ter entrado em guerra, e o que houve foi apenas divergências de pontos de vista, ainda não convenceu a opinião pública sobre o fim do impasse dentro do PSDB, fruto do apoio ao Governo Temer. Um grupo quer o desembarque dos ministros, outro, como o de Aécio e o deputado Marcus Pestana, entende que não é hora de pular fora, quando o país vive uma crise sem precedentes. A convenção está marcada para o dia 9 de dezembro e, até lá, garantiram os senadores, tudo ficará como está, mas sem enfrentamentos.

Risco da divisão

O cientista político Rubem Barboza, que conhece, como poucos, os meandros do PSDB, admite que o partido está dividido entre duas opções: a tentativa de refundação partidária, mobilizando o sentido original de sua criação, e que implicaria um afastamento do Governo Temer; e a participação em um governo de transição, com base numa ética de responsabilidade, “numa postura que leva em conta as consequências negativas de afastamento do partido do centro do poder político”.

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Terceira via

O professor adverte que as duas posições impactam a posição do partido nas eleições de 2018. “A questão é: as duas coisas poderiam caminhar juntas? Numa perspectiva distante, de quem não se encontra no meio da confusão, eu creio que as duas coisas poderiam ser feitas simultaneamente, pois é aí que reside a virtude política de lideranças e quadros partidários com capacidade de entender a conjuntura e suas possíveis saídas. Se tudo permanecer como está, o PSDB perderá a chance de ser um protagonista importante das próximas eleições, abandonando a liderança do centro político e complicando a escolha de um candidato viável à Presidência da República.”

Dano colateral

Finalmente, Rubem Barboza acentua que o PSDB poderá ser vítima de um retalhamento ainda mais forte, caso não consiga sair com rapidez da crise em que se meteu. “Afinal, o sistema partidário deverá, ainda no curto prazo, ser reformulado por iniciativa dos próprios partidos, que tentarão criar um novo quadro partidário.”

Saúde boa

O ex-prefeito de Barbacena Toninho Andrada, que deve mesmo disputar uma vaga na Assembleia – o candidato da família a deputado federal será Lafayette Andrada -, está comemorando números divulgados pela revista Exame: “Barbacena tem a 12ª melhor saúde do país, de acordo com ranking elaborado pela consultoria Urban Systems”. Andrada considera que os números também são resultado de sua gestão, que terminou no ano passado.

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Paulo Cesar Magella

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