Pesquisa pode influir na articulação política da direita

Por Paulo Cesar Magella

26/06/2021 às 14h00 - Atualizada 25/06/2021 às 16h10

A pesquisa feita pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), antigo Ibope, indicando que, se eleições presidenciais fossem realizadas hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 49% dos votos totais, e se considerados os votos válidos, o petista teria 56% das intenções e venceria já no primeiro turno, enquanto o presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), ficaria em segundo lugar, com 23% dos votos totais e 26% dos válidos, pode ter repercussões no espectro político. Na avaliação do cientista político Paulo Roberto Figueira Leal, “este achado das pesquisas produz consequências políticas de curto prazo também: por um lado, aumenta o poder de atratividade da candidatura de Lula no campo da esquerda, da centro-esquerda e mesmo de setores do centro; por outro, sinaliza para a centro-direita e para a direita tradicional não bolsonarista que o sucesso deste campo depende de uma disputa com Bolsonaro pelo espólio do antipetismo.”

Centrão é estratégico para o projeto do presidente

De acordo com o professor, “talvez a única chance de sucesso eleitoral da direita tradicional seja a inviabilização de Bolsonaro como candidato competitivo em 2022 – o que pode levar águas deste segmento para o moinho da defesa, por exemplo, do impeachment do presidente. Há consequências também no aumento do custo político para a manutenção do apoio congressual do Centrão ao governo. Se tiverem indicações de que as tendências destas pesquisas podem se aprofundar, lideranças do Centrão aumentarão a fatura para continuar apoiando o governo e, no limite, podem procurar outros projetos eleitorais”. Paulo Roberto enfatiza, porém, que é preciso esperar as próximas pesquisas, que pode, inclusive, capturar os efeitos da CPI, sobretudo após as denúncias de corrupção na compra da vacina indiana por parte do Governo federal.

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