Cientista político analisa cenário político após condenação de Lula

Por Paulo Cesar Magella

26/01/2018 às 06h30 - Atualizada 25/01/2018 às 20h43

Pequeno expediente

Ao participar do programa “Pequeno Expediente”, da Rádio CBN, na quinta-feira, o cientista político Raul Magalhães, da UFJF, destacou que pelo menos duas questões vão aflorar após a decisão do Tribunal Regional Federal de manter a condenação do ex-presidente Lula e ainda ampliar sua pena de nove para 12 anos de prisão em regime fechado. A primeira envolve a própria Justiça, que, na sua avaliação, estará em teste, isto é, vai ter que mostrar se ela serve apenas para condenar seletivamente Lula ou se vai atrás dos demais, apontando que há, de fato, isonomia legal. Se for seletiva, como argumenta o PT, valerá o discurso de mártir que Lula está desenvolvendo, se comparando, especialmente, a Tiradentes e a Nelson Mandela. Se não for, há outros importantes atores que carecem de ação da Justiça, como o senador Aécio Neves, do PSDB. No seu entendimento, os recursos que serão impetrados não devem mudar o quadro, servindo apenas para adiar o que já está consumado desde a primeira instância.

Plano B

O segundo desafio apontado pelo professor Raul Magalhães é a capacidade de transferência de votos de Lula caso sua candidatura seja, de fato, inviabilizada juridicamente. Como o PT não tem, por enquanto, um Plano B, se Lula for impugnado, a dúvida que restará é se ele vai transferir seus votos para um eventual candidato apoiado pelo partido ou do próprio PT. Na avaliação do cientista político, esticar a corda até o fim, achando que o ex-presidente será candidato, é um risco, embora o PT não tenha outra alternativa imediata. Segundo ele, não é apenas a Justiça que estará acompanhando a evolução dos fatos. Os demais personagens que estão no jogo também vão agir, cobrando cumprimento da Lei da Ficha Limpa, que impede candidatos condenados por órgão colegiado, como o TRF, de disputar.

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Sem polêmica

O advogado Vítor Valverde não afastou a possibilidade de se filiar ao PSB a despeito do veto anunciado pelo deputado Júlio Delgado ao seu ingresso pelo diretório de Juiz de Fora. Por meio de nota, ele destacou ter muito respeito pelo PSB. “O partido não é galinheiro, não tem poleiro nem galo. Tem militantes. Estou preocupado com o Brasil e com os nossos graves problemas. Não vou gastar energia com agendas negativas.” Como trabalha diretamente com o ex-prefeito Marcio Lacerda, liderança da legenda no estado, Vítor não teria problemas em ingressar nos quadros do partido pela instância estadual e, com isso, disputar, por ela, uma vaga na Assembleia Legislativa.

Apoio institucional

Logo após encerrar a entrevista coletiva, nessa quinta-feira (25) na Câmara Municipal, quando falou do concurso público para preencher cargos no Legislativo, o vereador Rodrigo Mattos dirigiu-se à Prefeitura. Tinha na pauta uma visita de cortesia ao prefeito em exercício, Antônio Almas, presidente do PSDB, legenda do vereador. Na interinidade, durante as férias do prefeito Bruno Siqueira, Almas recebeu o apoio institucional do Legislativo. A conversa também passou por políticas e pela experiência de poder vivida pelo vice. Almas, hoje, tem a expectativa de poder, uma vez que Bruno, se optar por disputar uma vaga no Congresso, seja para o Senado, seja para a Câmara, teria que se desincompatibilizar em abril. Nesse caso, o vice cumpriria os dois anos e meio restantes do mandato.

 

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