Distritão compromete a governabilidade, adverte cientista político

Por Paulo Cesar Magella

24/08/2017 às 06h00 - Atualizada 24/08/2017 às 07h44

Avisou antes

No ano passado, quando a Comissão Especial da Reforma ainda tateava com relação aos temas que deveria implantar, o professor Rubem Barboza, da UFJF, foi um dos convidados a falar aos deputados sobre o cenário que se descortinava na ocasião. Advertiu para certas medidas e, já naquele tempo, chamava a atenção para os riscos do distritão. Segundo o cientista político, nas atuais circunstâncias, “uma reforma política só tem sentido se estabelecer mecanismos de aproximação da representação majoritária – aquela escolhida por voto direto – da sociedade e, simultaneamente, permitir que as casas de representação funcionem com transparência e responsabilidade”.

Na defensiva

Para o professor Rubem Barboza, o distritão não atende a nenhuma dessas exigências. “Ao contrário, é, sobretudo, uma resposta defensiva da maioria dos atuais parlamentares, de tal modo que tenham chances de reeleição, sem a preocupação de superar a distância que existe dos parlamentos e da sociedade”, destacou.

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Governabilidade

Segundo o professor, o distritão dificulta a governabilidade, porque, em vez de caminhar na direção do fortalecimento e da responsabilização dos partidos, aposta num voto direcionado apenas para os deputados individualmente, mesmo com a fórmula do semidistritão, ou seja, com o acréscimo da possibilidade do voto em legenda. “Mesmo com esta possibilidade, os atuais partidos estão numa profunda crise, e esta não será esta a maneira mais adequada de refundá-los.”

Luto

Filiado ao PMDB desde 2001, José Francisco de Oliveira Sobrinho deixa um hiato na militância em defesa de políticas para a juventude na cidade. Zé Francisco faleceu aos 43 anos após lutar contra um quadro de pneumonia que o levou à internação no último dia 2. Ele foi velado e sepultado ontem em Antônio Carlos, sua cidade natal. Além de militância em movimento estudantil, teve atuação marcante como presidente do Conselho Municipal de Juventude. Recentemente, ocupava a chefia do Departamento de Inclusão Sócio-Produtivo em Juiz de Fora.

Olhar no futuro

Durante conferência na Conide, o professor Paulo Hadadd, do alto dos seus 78 anos, mostrou-se ligado aos novos tempos, convidando os jovens a investirem em pesquisas e inovações, por serem a melhor forma de enfrentar os impasses dos novos tempos. Advertiu para a crise econômica, para ele a pior dos últimos cem anos, mas destacou seu otimismo com o futuro. Cobrou do Congresso uma postura mais dinâmica, apontando para a necessidade de mudanças profundas. Citou ações de grande impacto que mudaram a vida das pessoas e destacou os ex-presidentes Juscelino Kubistchek, que fundou Brasília e avançou o país 50 anos em cinco, e Itamar Franco, que estabeleceu um novo patamar monetário com a criação do Real.

Com Renato Salles

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