Pacheco entra no jogo sucessório ao assinar ficha de filiação ao PSD

Por Paulo Cesar Magella

23/10/2021 às 12h30 - Atualizada 23/10/2021 às 10h18

 

No próximo dia próximo 27, quando assinar sua ficha de filiação ao PSD, emblematicamente no Memorial JK, o senador Rodrigo Pacheco estará abrindo uma série de discussões em torno não só da disputa presidencial, mas também na sucessão estadual, com reflexos ainda nas câmaras municipais, ante a possibilidade de diversos vereadores o acompanharem nessa nova jornada. Em Juiz de Fora, o vereador Antônio Aguiar já deu pistas de que vai também deixar o DEM e se filiar à legenda de Gilberto Kassab. Com dois representantes na Câmara, o Democratas corre o risco de seguir o caminho do MDB e do PSDB, que já foram fortes e hoje não têm um representante sequer no Legislativo local. Além da saída de Aguiar, o vereador Maurício Delgado está de malas prontas para o mesmo desembarque.

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Kassab quer influir na sucessão, mas também eleger a maior bancada no Congresso

O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não demonstra ter interesse apenas em levar o seu partido à presidência da República. É claro o propósito de fazer do PSD o partido de maior relevância no Congresso Nacional e de forte presença nos estados. Em São Paulo, seu reduto, vai assinar a ficha de filiação do ex-governador Geraldo Alckmin, um forte pretendente na disputa do comando do Estado mais rico do país. No Rio, já conseguiu a adesão do deputado Rodrigo Maia e do prefeito Eduardo Paes, e com a filiação de Pacheco, cria quadros importantes na Região Sudeste.

Pacheco trafega entre a terceira via e a possibilidade de ser vice de Lula

Pacheco tem se mostrado um player pronto a ser chamado. Sua postura e seus discursos mostram que está disposto a se cacifar como o nome mais indicado para ocupar a terceira via. A questão é saber se haverá fôlego para empreitada tão polarizada e com o centro ainda em dúvida sobre em qual nome apostar. Ele também entrou no radar de lideranças que querem indicá-lo para ser o vice de Lula, o que repetiria a dobradinha São Paulo e Minas. Nos seus dois mandatos, o líder petista teve como vice o empresário mineiro José Alencar.

Em Minas, cenário continua incerto ante a postura de Kalil

Em Minas, Pacheco, no PSD teria que, automaticamente, apostar na candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que, por sua vez, precisa, primeiro, decidir se está mesmo interessado em disputar. Embora seja presidente da Frente de Prefeitos, que facilitaria suas viagens pelo interior de Minas em períodos fora de campanha, ele ainda não usou tal prerrogativa. Ademais, tem forte resistência a assessores que o aconselham a modular seu discurso. Kalil fala o que pensa o que, muitas vezes, é um problema, sobretudo nos rincões mais distantes com forte viés conservador.

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