Deputada Margarida Salomão questiona LDO que teve deputado Marcus Pestana como relator

Por Paulo Cesar Magella

19/07/2017 às 06h00 - Atualizada 19/07/2017 às 07h59

Sem comemorar

A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias do Governo pela Câmara dos Deputados, comemorada pelo deputado Marcus Pestana (PSDB), relator do processo, mereceu, por outro lado, duras críticas da deputada Margarida Salomão (PT). Na sua avaliação, o texto encaminhado pelo Governo foi uma “LDO do fim do mundo”, por não contemplar as demandas sociais que o país enfrenta e por comprometer vários projetos que já estão em curso.

Ela citou a Universidade Federal de Juiz de Fora, da qual já foi reitora, que tem projetos de instalação de uma faculdade de Medicina Veterinária. Há, no seu entendimento, o risco de o projeto não ir adiante pelo impedimento de novas contratações de professores para uma área específica. Da mesma forma está a situação do IF Sudeste, com planos de expansão e que pode deparar com o mesmo problema. Na avaliação da parlamentar, a saúde também ficará comprometida, não havendo, portanto, razão para comemorar. “O tempo irá apontar esses problemas”, destacou.

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Futuro incerto

Ao participarem, nessa terça-feira (18), do debate na Rádio CBN Juiz de Fora, os professores Raul Magalhães e Bruno Stiguer não esconderam sua apreensão com o futuro do país ante os cenários de incerteza que apontaram pela frente. Cientista político, Magalhães destacou que, mesmo conseguindo anular a denúncia que contra ele tramita na Câmara dos Deputados, impedindo sua ascensão ao Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer terá sérias dificuldades para governar, por estar fragilizado e cada vez mais dependente do fisiologismo parlamentar. Stiguer, doutor em Direito e Sociologia, tem a mesma leitura.

Crise permanente

Entrevistados pelo radialista Marcelo Juliani, os convidados traçaram um cenário preocupante para o país, por não verem oxigenação da política. As lideranças são as mesmas, e os projetos de reforma política saem em doses homeopáticas, não indo ao centro da questão. O presidencialismo de coalizão tornou-se um problema. Com o atual modelo e com tantos partidos, ambos não conseguem visualizar mudanças, já que os atores serão os mesmos. O presidencialismo brasileiro, hoje, é fonte permanente de problemas independentemente de quem esteja na cadeira principal do Planalto.

Pulou fora

O PMDB vive dissidências em várias frentes, mais por conta das ações do Governo federal, capitaneado pelo presidente Michel Temer. A legenda, referência partidária dos anos de chumbo e estuário de todas as tendências quando se chamava MDB, tornou-se, na avaliação de vários personagens, uma sombra distante que não justifica o seu passado. Até nas instâncias municipais há desapontamentos. O presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Minas, Cosme Nogueira, é um deles. Ele entregou carta de desfiliação pessoalmente ao senador Romero Jucá, presidente em exercício do PMDB, e comunicou ao diretório local no dia 7.

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Paulo Cesar Magella

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