Queda de braço

Por Paulo Cesar Magella

18/02/2018 às 07h00 - Atualizada 19/02/2018 às 07h58

O presidente do diretório estadual do MDB, Toninho Andrade, parte para o segundo round na sua luta contra o deputado Adalclever Lopes para controle das decisões do partido. Duas semanas após receber respaldo dos coordenadores regionais na defesa da candidatura própria, ele convocou os membros do diretório para reunião com a mesma pauta, nesta segunda-feira (19), entre 9h e 12h, em Belo Horizonte. A região será representada pelo prefeito Bruno Siqueira e pelo ex-vice-prefeito João César Novais, os dois únicos membros do diretório estadual, formado por 76 filiados. Não se sabe qual a posição que irão defender no evento, já que Andrade, a despeito de todo o noticiário, não fez ponderações com os filiados, o que deve ocorrer somente durante a reunião. A discussão é estratégica, porque, dois dias após receber respaldo dos coordenadores, ele se viu desautorizado pela Executiva do partido, que, em vez de março, passou para maio a prévia que definiria um eventual nome para disputar o Governo de Minas.

Expulsão na pauta
O impasse entre o presidente do partido e o presidente do diretório chegou ao seu ponto crítico, pois Andrade, além da questão das prévias, quer expulsar o deputado Sávio Souza Cruz (ligado a Adalclever) por ter feito críticas ao presidente Michel Temer. A bancada de deputados resiste à ideia sob o argumento de que criticar o presidente da República não tem sido um exercício exclusivo do parlamentar. Vários outros também fazem questionamentos, sobretudo por discordarem da postura do diretório nacional. O próprio Rodrigo Pacheco, próximo de Andrade, bateu de frente com o presidente da República quando indicou o deputado Sergio Zveiter para relator da denúncia que poderia levar a um processo contra Temer. O texto de Zveiter foi derrotado. Rodrigo, então, nomeou Bonifácio Andrade, que rejeitou a matéria.

PUBLICIDADE

Sai ou fica
Quando se reuniu com os coordenadores regionais, Toninho Andrade conseguiu apoio para marcar para março a prévia que definiria se o partido deve ou não ter candidato próprio. Dois dias depois, numa reunião da Executiva, sem sua presença – quem presidiu foi o deputado Newton Cardoso Filho -, a prévia foi mantida, mas a data foi marcada para maio, quando já estaria encerrado o período de mudanças de partido e de desincompatibilização. Nesse caso, o deputado Rodrigo Pacheco ficaria diante do dilema de continuar filiado e disputar a indicação sob o risco de perder, ou mudar de partido e ser candidato por outra legenda. O caminho mais provável seria o DEM.

Alencar no páreo
O nome do empresário Josué Alencar também vai entrar na agenda da reunião desta segunda-feira. Se não se consolidar a aliança com o Partido dos Trabalhadores para manter a dobradinha com o governador Fernando Pimentel, os adversários de Toninho Andrade devem apresentar o poderoso empresário – filho do ex-vice-presidente José Alencar – como seu candidato ao Governo em contraposição ao deputado Rodrigo Pacheco. Não se trata de um nome estranho à legenda. Ele já passou por várias discussões, sobretudo para o Senado, mas preferiu continuar à frente das empresas. Mas pode, agora, ser o trunfo do MDB e do grupo de Adalclever.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também